ados exclusivos, obtidos pela GloboNews por meio da Lei de Acesso à Informação, revelam que os atropelamentos fatais de pedestres por ônibus, na cidade de São Paulo, cresceram 76%, entre janeiro e julho deste ano, na comparação com o mesmo período de 2016.
Nos sete primeiros meses deste ano, o número de pessoas que morreram atropeladas por ônibus municipais já supera o total de mortes registradas no ano passado inteiro.
De janeiro a julho de 2016 foram 17 vítimas. No mesmo período deste ano, esse número saltou para 30.
Em todo o ano passado, 28 pessoas morreram atropeladas por ônibus na cidade de são paulo, segundo dados da SPTrans, a empresa municipal de transporte.
Segundo Sérgio Avelleda, secretário municipal de Transportes, não há informações que relacionem as mortes com a questão dos semáforos quebrados e não funcionando na capital. "Nós estamos levantando as causas de cada um dos atropelamentos e eu não tenho nenhuma informação até agora de atropelamento causado por ônibus em local onde o semáforo estava desligado", disse.
Segundo ele, em 2016, os ônibus responderam por 27% dos atropelamentos. "De fato, a operação dos ônibus em São Paulo tem um nível de segurança inaceitável", disse. Houve melhoria da fiscalização em pontos na Zona Sul de São Paulo, onde há avenidas com grande número de acidentes, e, segundo o secretário, foi incrementado o número de pontos de parada.
A cidade de São Paulo tem mais de 14 mil ônibus que fazem as linhas municipais. Para o especialista em engenharia de transportes, Sergio Ejzenberg, um dos motivos que explicam o aumento do número de mortes é o constante problema com os semáforos nos últimos meses.
" A gente sabe que os semáforos entraram num processo de não fazer manutenção, começaram a ficar com lâmpada queimada... E o pedestre precisa da segurança do semáforo para atravessar. Se o semáforo não dá segurança. Ele não atravessa nem na faixa", afirma Sergio Ejzenberg.
O especialista também defende uma fiscalização mais intensa da velocidade dos ônibus. "não estão multando com a mesma intensidade, entra o "liberou geral", a velocidade cresce, e aí mata mesmo".
O secretário de Transportes de São Paulo afirmou ainda que a prefeitura está fazendo uma auditoria em todos os corredores de ônibus, com engenheiros de tráfego anotando pontos de insegurança para melhorar a segurança dos locais.