Porém, o momento de lazer não chega a ser aproveitado pelos hóspedes. Antes da data combinada, a mulher entra em contato com a vítima avisando que o quarto está indisponível por problemas estruturas e a reserva nunca acontece.

"Estamos investigando esse caso desde a semana passada. Nem a mulher, nem o marido dela foram localizados. O caso está sendo investigado, mas não vamos comentar por hora", pontuou o delegado Erivaldo Guerra, da Delegacia do Turista.

O G1 entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda retorno. A reportagem também entrou em contato com a defesa da suspeita, mas não obteve retorno.

Ao planejar as férias de fim de ano em setembro de 2017, a funcionária pública Rosana Lima, de 40 anos, não imaginava que o tão aguardado réveillon em família iria acabar em preocupação.

"Planejei de ir para um lugar e fui para outro totalmente diferente. Foram sete pessoas decepcionadas. Estou até hoje envolvida nisso, indo em delegacias e ela continua alugando, aplicando o golpe. A sensação que fica é de impunidade. A gente começa a pensar que não vai dar em nada. É revoltante".

A reserva dos dois quartos em nome de Rosana estava marcada para o período de 26 de dezembro de 2017 a 4 de janeiro deste ano. Acostumada a alugar flats para temporadas, ela acreditou que estava fazendo um bom negócio.

"Uma amiga minha foi em julho e deu tudo certo. Hoje, eu acho que essa mulher primeiro organiza as reservas de forma correta para criar listas com pessoas que vão indicar o serviço", comenta Rosana.

O sonho logo virou pesadelo. Pouco tempo antes de embarcar para a ponto turístico, a funcionária pública recebeu uma ligação informando que os quartos estariam indisponíveis por problemas nos banheiros. Os R$ 7 mil pagos à vista não foi devolvido.

"Ela entrou em contato com o meu marido no dia 19 de dezembro dizendo que os banheiros estavam estragados, que deu uma onda muito forte e que acabou entupindo a rede de esgoto, danificando vários banheiros do resort. Nós pedimos a devolução do dinheiro, ela aceitou e passou o número de telefone de uma advogada".

Ao desligar o telefone, Rosana resolveu ligar para a amiga que havia indicado o serviço. Foi então, que teve a certeza que havia caído em um golpe. A funcionária pública acredita que há, pelo menos, outras 30 vítimas do golpe.

"Essa minha amiga disse que tinha acabado de falar com outra pessoa que havia ligado reclamando da mesma coisa. Ali eu tive certeza do que estava acontecendo".

Com todas as passagens compradas para Pernambuco, a família de Rosana resolveu viajar para Porto de Galinhas mesmo no prejuízo. Ficou em uma pousada bem menor e de qualidade inferior. "É muito triste. Ainda mais ao saber que ela nos enganou ao dizer que devolveria o nosso dinheiro. Ela não nos atende mais e a advoga diz que não há negociação", concluiu.

O engenheiro Ricardo Carvalho, de 42 anos, também integra a lista de vítimas. Ele pagou R$ 7,5 mil por um quarto para quatro pessoas que nunca usou. "Ela deu a mesma desculpa para mim que deu para Rosana, que a nossa reserva não aconteceria por problemas estruturais no banheiro. Depois que descobrimos que se tratava de um golpe é que soubemos que ela alugou o mesmo quarto durante o mesmo período para mim e para Rosana", contou.