Desde o início de julho, a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) tem registrado rajadas de vento quatro vezes maiores do que a média histórica no Grande Recife. Elas causaram quedas de árvores e apreensão entre os moradores da região. De acordo com o gerente de Meteorologia e Mudanças Climáticas, Patrice Oliveira, o fenômeno, anormal para o período, é uma antecipação do que se esperava para agosto. A média de velocidade de ventos, que é de 10 quilômetros por hora, chegou a 49 quilômetros por hora. (Veja vídeo acima)
Segundo Patrice Oliveira, as rajadas podem ser registradas a qualquer momento, por causa de um movimento dos ventos contrário aos ponteiros do relógio. "O escoamento dos ventos do oceano traz água, fazendo com que as ondas fiquem mais fortes e o mar mais agitado. Esse fenômeno ocorre entre junho e setembro, geralmente com pico em agosto, mas isso foi antecipado este ano. Também registramos esses ventos da Bahia ao Rio Grande do Norte", disse.
Por causa dos fortes ventos, dezenas de acidentes com árvores foram registrados na madrugada e manhã de quarta-feira (5), no Grande Recife. Os casos ocorreram nas zonas Sul e Oeste da capital, em Olinda e em Jaboatão dos Guararapes. Na terça-feira (4), a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) registrou 19 ocorrências desse tipo. (Veja vídeo acima)
Ainda segundo Patrice Oliveira, outro ponto anormal verificado no clima do litoral pernambucano é a diminuição da temperatura, especialmente durante horários considerados de pico na região. "Por volta das 15h, se verificam os maiores índices de calor. Essa temperatura tem diminuído 2,5 graus centígrados em relação ao usual. O mesmo ocorre com as mínimas, que geralmente são registradas entre as 2h e 3h e chegavam a até 20 graus centígrados", afirmou.