A vigilância Sanitária do Recife terá um serviço inovador para facilitar o controle da venda de comidas e bebidas no carnaval de 2017, no principal foco de folia da cidade. Uma central será montada na Avenida Alfredo Lisboa, ao lado da base do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu), no Centro, para receber denúncias de falta de higiene na manipulação, produtos estragados, vencidos ou armazenados de forma irregular, além de gelo clandestino.
Na central, fiscais da vigilância ficarão de prontidão. Ao receber uma informação, eles irão até o local indicado para investigar. Caso seja comprovado o problema, o comerciante pode ser advertido, receber orientação.
Em situações graves, o alimento produzido de forma irregular pode ser inutilizado e as barracas correm risco de ser interditadas. Em caso de denúncia confirmada, os ficais recolherão o produto com problema. E depois vão levar amostrar para análise em laboratório.
De acordo com a gerente da Vigilância Sanitária do Recife, Daniele Feitosa, o folião deve prestar muita a atenção em questões que parecem simples, mas podem provocar problemas de saúde. Ela cita como exemplos o acondicionamento de molhos, como ketchup. "Esses produtos devem ser oferecidos em sachês. Não pode usar bisnagas", ressalta.
Outra grande preocupação é com carnes, salsichas, verduras e queijos. "Espetinho só pode ser vendido se for industrializado. O queijo deve ter selo de procedência e registro do governo do estado", comentou Feitosa.
A vigilância também alerta para as condições de higiene de quem serve os alimentos. O manipulador da comida não pode, segundo Daniele Feitosa, pegar em dinheiro. "Tem que usar touca, luva e não pode ter anel nem brinco", afirma.
O órgão alerta, ainda, para a questão de pratos e copos. "Não pode usar material de vidro, pois não há água corrente nas barracas. Por isso, tem que descartável", informa.
As verduras não podem ser manipuladas na hora de servir. O vendedor precisa levar o produto já cortado. "Também devem estar refrigerados. Os salgados, como coxinhas, devem ser colocados em estufas. E as pessoas precisam observar a temperatura", diz a gerente da Vigilância Sanitária.
Ela ressalta a preocupação com o gelo. "Existe, desde 2016, uma lei estadual que proíbe comércio de gelo sem selo de qualidade. Só vamos aceitar esse tipo de produto, o de cubinhos. Aquele gelo em escamas, até para colocar latas, não será permitido jamais", declarou.
Nesta quinta-feira (16), a Vigilância deu início a um treinamento dos ambulantes cadastrados para trabalhar nos polos da folia durante o Carnaval. Eles serão divididos em duas turmas.
O segundo grupo receberá as orientações na próxima terça-feira (21), no mesmo horário. O treinamento acontecerá no auditório da Escola de Formação e Aperfeiçoamento Paulo Freire, localizado na Rua Real da Torre, 299, na Madalena.
Os inspetores sanitários da Secretaria de Saúde vão abordar os tipos de alimentos permitidos para comercialização, as formas corretas de armazenamento e manipulação, aquisição e validade dos produtos e o vestuário adequado dos empreendedores. As informações são baseadas nas normas sanitárias, para que o consumidor tenha segurança na hora do consumo.