O governo de Pernambuco instituiu, nesta terça-feira (7), uma medida cautelar contra bancos que ainda não reabriram as agências danificadas durante investidas criminosas no estado. Foram notificados o Banco do Brasil, o Itaú, o Santander, o Bradesco e a Caixa Econômica Federal. Todos eles têm cinco dias seguidos para tomarem providências em relação à reabertura das agências, sob multa diária de R$ 100 mil caso os terminais bancários permaneçam fechados.
A notificação, emitida pelo Procon/PE e pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, tem o objetivo de acelerar o processo de reabertura dos postos danificados para evitar transtornos à população. De acordo com o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, a penalidade às instituições financeiras pode chegar a R$ 7,6 milhões.
"Essas instituições financeiras têm sido absurdamente irresponsável no trato dessas questões.As agências nas cidades de pequeno porte só atendem à população mais pobre. O pequeno comércio está fechando, as prefeituras estão perdendo arrecadação, e a população está mais exposta à violência, tendo que se deslocar para as cidades vizinhas para poder receber dinheiro", critica o secretário, que também participou da reunião com os representantes dos bancos.
Segundo Pedro Eurico, o estado tem feito o possível para conter as ações criminosas contra os bancos. "Hoje a polícia prendeu uma nova quadrilha com suspeita de envolvimento nos assaltos, mas as agências não têm feito o necessário. Os bancos são coniventes com a bandidagem, porque não querem investir em prevenção de ataques", dispara.
As instituições financeiras foram convocadas para uma nova audiência, que acontecerá no dia 17 de fevereiro, na sede do Procon-PE, no bairro de São José, na área central da capital pernambucana. Na ocasião, os bancos devem apresentar medidas preventivas para a manutenção da segurança das agências, além de documentos que comprovem o atendimento de segurança com as especificações da Polícia Federal.
As agências também devem apresentar um cronograma de investimentos em monitoramento e segurança privada. Há, ainda, a necessidade de apresentar a implementação das tecnologias para dificultar as ações criminosas, tais como inutilização de cédulas, alarmes de segurança e blindagem.
A reportagem entrou em contato com os cinco bancos e dois deles enviaram respostas. Por meio de nota, o Santander informou que cumpre as normas de segurança bancária que regulamentam a abertura e o funcionamento das agências. Também através de nota, o Banco do Brasil ressaltou que, quando receber a notificação, ela será analisada pelo departamento jurídico da instituição.