Banco Central informou nesta quinta-feira (6) que os depósitos superaram os saques na caderneta de poupança em R$ 6,08 bilhões em junho.
Este foi o melhor resultado para o mês de junho nos últimos quatro anos. Pelo segundo mês consecutivo houve mais depósitos do que saques.
Ao todo, segundo o BC, os depósitos somaram em junho R$ 174,53 bilhões e os saques, R$ 168,44 bilhões. Os rendimentos creditados nas contas dos poupadores somaram R$ 3,75 bilhões.
Em junho do ano passado, a retirada líquida de recursos da poupança, ou seja, acima dos depósitos somou R$ 3,71 bilhões.
No acumulado dos seis primeiros meses deste ano, informou o BC, foi registrada saída líquida (retiradas maiores do que depósitos) de R$ 12,29 bilhões da poupança.
Mesmo com o saldo negativa, esse foi o melhor resultado para este período desde 2014 - quando houve o ingresso de R$ 9,61 bilhões na poupança.
Nos primeiros semestres de 2015 e de 2016, a poupança teve perda líquida de recursos de, respectivamente: R$ 38,54 bilhões e de R$ 42,6 bilhões.
Em todo o ano passado, R$ 40,7 bilhões foram retirados da poupança. O resultado foi o segundo pior da série histórica, que começou em 1995, atrás somente de 2015, quando foram sacados R$ 53,5 bilhões.
Com a entrada líquida de recursos da poupança, no final de junho o estoque dos valores depositados, ou seja, o volume total aplicado, registrou aumento.
No fim de dezembro de 2016, o saldo da poupança estava em R$ 664,9 bilhões. Ao fim de maio de 2017, somava R$ 665,5 bilhões e no final de abril ficou em R$ 675,34 bilhões.
Além dos depósitos e das retiradas, os rendimentos creditados nas contas dos poupadores também são contabilizados no estoque da poupança.
Os recursos ingressaram na poupança em junho apesar de o investimento não ter um rendimento muito atrativo, segundo analistas.
Enquanto o rendimento dos fundos de renda fixa sobe junto com a Selic (taxa básica de juros determinada pelo Banco Central), o das cadernetas fica limitado a 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR) quando a Selic está acima de 8,5% ao ano. Atualmente, a Selic está em 10,25% ao ano.
Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), na atual situação, as aplicações em renda fixa, como fundos de investimento, ganham mais atratividade porque o rendimento fica acima do da poupança na maioria dos casos. A poupança continua atrativa somente para fundos com taxas de administração acima de 2% ao ano.
Especialistas avaliam que o Tesouro Direto, programa que permite que pessoas físicas comprem títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem necessidade de aplicar em um fundo de investimentos, também pode ser uma boa opção para os investidores. O programa tem atraído a atenção de aplicadores nos últimos anos.
Especialistas avaliam que a caderneta de poupança ainda pode ser uma boa opção, mas somente em poucos casos.
Por exemplo: para pequenos poupadores (com pouco dinheiro guardado), para pessoas que buscam aplicações de curto prazo (poucos meses) ou que procuram formar um "fundo de reserva" para emergências.
A vantagem da poupança em relação a outros investimentos é que não incide Imposto de Renda sobre a aplicação.
Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto (programa do governo de compra de títulos públicos pela internet) há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa de administração.
Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no resgate.