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Presidente do PV defende filiação do ex-prefeito do Cabo Vado da Farmácia, alvo da Lava Jato

Publicada em 03/05/18 às 17:02h - 124 visualizações

por Gideão santana


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Após ser revelada a filiação do ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho Vado da Farmácia ao PV
, o presidente estadual da legenda, Carlos Augusto Costa, defendeu, em entrevista ao Blog de Jamildo, a entrada do político, alvo da Lava Jato e da Operação Ratatouille, na agremiação para concorrer a deputado estadual nas eleições de outubro.

A filiação rendeu fortes críticas de opositores ao antigo gestor no Cabo, governado pelo ex-aliado e hoje rival político Lula Cabral (PSB).

"Se você não é ficha suja, você tem as prerrogativas legais para ser candidato", disse Carlos Augusto Costa.

O líder do PV no Estado ressaltou a "presunção de inocência" pelo fato de Vado da Farmácia não ter sido ainda julgado e nem condenado por uma série de processos por supostos crimes cometidos por ele durante a sua gestão à frente da Prefeitura do Cabo (2013-2016).

"A legislação brasileira é bem clara, você precisa ser julgado e condenado. (…) No momento oportuno, se ele conseguir provar a inocência dele, ele continua com a ficha limpa. Se ele não conseguir mostrar, ele se torna ficha suja. E, ao se tornar ficha suja, ele não pode concorrer", afirmou Costa.

O presidente do Partido Verde em Pernambuco afirmou, contudo, que o partido poderá decidir sobre o futuro do novo filiado a partir das repercussões dos processos a quais o ex-gestor do Cabo responde na Justiça.

O presidente estadual do PV, Carlos Augusto Costa. A legenda filiou o ex-prefeito Vado da Farmácia (JC Imagem/Arquivo)

"Vamos esperar que a Justiça se posicione. Se posicionando, o PV tomará suas decisões, mas hoje o concreto é que não foi julgado e nem foi transitado em julgado", disse.

"A política local tem suas nuances"

Pré-candidato a deputado estadual, Vado da Farmácia poderá contribuir com a chamada cauda eleitoral para o PV que, em 2014, não conseguiu eleger nenhum nome para a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Vado se junta a outros ex-prefeitos que também disputarão a Alepe pela sigla, que está em conversas adiantadas para a formação de uma chapinha para a corrida pelas vagas da Casa. No Estado, a legenda não conta com nenhum prefeito, mas conseguiu aumentar o número de vereadores de 26, nas eleições de 2012, para 38 parlamentares, no último pleito. Na bancada pernambucana na Câmara Federal, a sigla não tem nenhum representante.

"Não podemos dissociar que isso é política, por isso que eu falo da política local e quando eu falo da política local, é natural que as forças locais se organizem, não está errado. Cada um joga com as armas que tem. É um pena que o Brasil está jogando de forma muito difícil, muito complicada. Mas a política local tem suas nuances", disse Costa.

Carlos Augusto Costa ainda avaliou a atual situação da classe política. Na avaliação dele, os processos fazem parte da rotina dos gestores públicos do país.

"A gente vive um momento no Brasil, que se a gente der um corte de quem nunca teve um processo, quem nunca foi acusado basicamente, você vai contar com muita pouca gente. Pernambuco mesmo você tem na sua grande maioria (…)", afirmou.

"Quem foi gestor dificilmente não enfrentou um processo, ou enfrenta um processo. Agora vai se defender, vai ter o momento em que vai provar sua inocência", complementou.

Investigações

O ex-prefeito é investigado no âmbito da Lava Jato por ter supostamente recebido um repasse de R$ 150 mil da Odebrecht durante a campanha eleitoral de 2012. Neste ano o político se elegeu prefeito do município, com o apoio do antigo aliado e atual prefeito do Cabo, Lula Cabral (PSB), de quem foi vice-prefeito nos dois primeiros mandatos (2005-2008; 2009-2012) do gestor no comando do município da Região Metropolitana do Recife.

A casa do político também foi alvo em março de um mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Civil. A ação fez parte da deflagração da Operação Ratatouille que investiga o desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro em processos de licitação para o fornecimento de merendas durante a gestão do político à frente da Prefeitura do Cabo.

Segundo o chefe da Polícia Civil do Estado, o delegado Joselito Amaral, foi constatado o fornecimento de quantidade inferior de ao que foi contratado e a "decomposição" dos alimentos.

Alguns registros fotográficos, ainda de acordo com o delegado, mostram ratos se alimentando da merenda fornecida, dando o nome da operação em referência à animação "Ratatouille", em que um rato é um chefe de cozinha.




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