Quem passa na antiga BR-101 Sul, em Pontezinha, tem a impressão de que o vasto terreno onde funcionou a antiga e lendária Fábrica de Pólvora Elephante está abandonado.
Trata-se de uma área de restinga e mangue, com resquícios de mata atlântica, muito nobre e valorizada, que poderia abrigar um belo parque para preservação do meio ambiente.
É uma pena que as autoridades ainda não atentaram, pelo menos como deveriam, para isso. Ainda é tempo de alguém agir e evitar que vândalos explorem inadequadamente aquela área, depredando o ambiente tão rico em belezas e recursos naturais.
A centenária fábrica de pólvora Pernambuco Powder Factory (mais conhecida como Fábrica Elephante) permaneceu instalada no Cabo de Santo Agostinho por mais de 100 anos, numa área de 420 hectares. Ela fornecia pólvora para o Comando Militar do Nordeste e empresas produtoras de fogos de artifício. Mas tinha um currículo marcado por tragédias.
Fundada em 1890, ela era vinculada ao Grupo Lundgren e contabilizou pelo menos quatro acidentes de grandes proporções. Os que fizeram maior número de vítimas foram em 1982 e 1995.
Em 82, a explosão de três granuladores de pólvora provocou a morte de 11 funcionários e deixou dezenas de feridos. Apenas quatro operários puderam ser identificados na ocasião. Outros trabalhadores foram reduzidos a pedaços espalhados num raio de 200 metros.
Posteriormente, a explosão em cadeia de sete galpões para estocagem de pólvora deixou o saldo de cinco mortos e 38 feridos. O acidente aconteceu às 8h40 de uma quarta-feira, quando os funcionários já haviam iniciado o turno de trabalho.
Em 1995, cerca de 14 toneladas de pólvora estavam estocadas na fábrica no momento da explosão,que foi ouvida num raio de dez quilômetros, destruiu 500 metros de mata nativa e abriu uma cratera de dez metros de profundidade no local. Casas da redondeza tiveram suas paredes rachadas e telhados danificados com a explosão. O abalo chegou a ser sentido em bairros da zona sul da Região Metropolitana. (Com informações do sitewikimapia.org).