dissidente chinês Liu Xiaobo, Prêmio Nobel da Paz de 2010, morreu nesta quinta-feira (13), de acordo com as agência France Presse e Reuters. O hospital em que o paciente, que tinha um câncer em fase terminal, estava internado já tinha informado na quarta-feira (12) que ele sofria de falência múltipla dos órgãos. A família não aceitava que ele recebesse respiração artificial.
Liu Xiaobo se torna o primeiro Nobel da Paz a morrer privado da liberdade desde o pacifista alemão Carl von Ossietzky, que faleceu em 1938 em um hospital quando estava detido pelos nazistas.
Mais cedo, nesta quinta, o o porta-voz da diplomacia chinesa Geng Shuang negou novamente os apelos internacionais para que o opositor recebesse tratamento no exterior.
"Já respondi a esta pergunta várias vezes. Volto a repetir: esperamos que os países envolvidos respeitem a soberania da Justiça chinesa e se abstenham de qualquer ingerência nos assuntos internos da China com o pretexto de defender um caso individual", declarou.
Na terça-feira, o Hospital Universitário Nº1 de Shenyang (nordeste da China) informou que Liu se encontrava "em estado crítico".
De acordo com o hospital, o paciente sofreu um choque séptico, uma infecção abdominal e foi submetido à diálise.
Em 2009, o ativista foi condenado a 11 anos de prisão, acusado de "subversão" após reivindicar reformas democráticas no país.
Ativistas chineses dos direitos humanos, no entanto, questionam os boletins médicos divulgados pelas autoridades e temem uma possível manipulação das informações.
"Como as autoridades controlam todas as informações relativas ao estado de saúde de Liu Xiaobo é difícil verificar a veracidade dos comunicados publicados pelo hospital na internet", disse à AFP Patrick Poon, diretor chinês da Anistia Internacional.
"Alguém poderia perguntar de maneira legítima se as autoridades não publicam estas informações para justificar sua recusa a permitir que deixe o país", completou.
"Não sabemos em que medida são boletins médicos profissionais ou informações manipuladas com fins políticos", declarou Maya Wang, da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch.
Na terça-feira, o governo dos Estados Unidos apresentou uma proposta a China para receber o dissidente e prêmio Nobel da Paz, para que Liu Xiaobo receba tratamento médico.
O governo alemão também solicitou que a China permita que o dissidente deixe o país e se prontificou a tratá-lo.
A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, fez a mesma proposta