eputados da base aliada do presidente Michel Temer decidiram abrir mão de discursar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quinta (13). A estratégia visa agilizar a tramitação da denúncia contra Temer e permitir a votação em plenário ainda está semana.
Na sessão da comissão desta quinta estão previstas apenas fala de deputados oposicionistas, todos a favor da admissibilidade da denúncia.
Ao todo, restam 39 parlamentares contrários ao governo para discursar.
Antes mesmo do início da fase de discussão na quarta-feira (12), deputados aliados a Temer já afirmavam que discursariam o mínimo necessário e não usariam todas as inscrições disponíveis na sessão.
O governo corre contra o tempo para votar a denúncia em plenário antes do início do recesso, previsto para a próxima terça-feira (17). Na direção contrária, parlamentares da oposição tentam alongar o debate e adiar a votação.
Nas falas, a oposição segue criticando o troca-troca de deputados na comissão. O governo adotou a estratégia para alterar integrantes contrários por aliados.
O PSD, partido de Fábio Mitidieri (SE) fechou questão a favor do Planalto. No entanto, o parlamentar se inscreveu para falar e disse que não seguirá a orientação do partido, exatamente por não concordar com a tática do governo.
"Princípios não se colocam a mesa, princípios não se negociam. Eu não vou negociar por qualquer emenda que seja", discursou. "O presidente precisa ser investigado", defendeu Mitidieri.
Danilo Cabral (PSB-PE) afirmou que o governo está "tentando de forma explícita comprar o apoio dos deputados".
"Meu mandato, nem os dos senhores, é um cheque em branco em que cada um faz o quer", defendeu.