fevereiro, a produção da indústria brasileira registrou variação positiva de 0,1% em relação a janeiro. No entanto, frente a fevereiro de 2016, a atividade fabril caiu 0,8%, após avançar 1,4% em janeiro, quando interrompeu 34 meses consecutivos de resultados negativos nesse tipo de comparação. Em 12 meses, a produção industrial acumula queda de 4,8%, permanecendo no ritmo de queda que começou em junho de 2016 (-9,7%). Nos dois meses de 2017, a indústria variou positivamente 0,3%.
Os números foram divulgados nesta terça-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"A indústria está mostrando que o pior, com quedas sucessivas, ficou para trás. Mas não dá para dizer que setor iniciou um recuperação. A leitura para indústria é de estabilidade", disse o economista do IBGE André Macedo, segundo a agência Reuters.
"Os níveis de confiança melhoraram, mas ainda num patamar baixo. Por outro lado, o mercado de trabalho continua bem desfavorável, e o desemprego maior trava um pouco o setor industrial", completou.
Na passagem de janeiro para fevereiro, as taxas positivas foram registradas em três das quatro grandes categorias econômicas e em 13 dos 24 ramos pesquisados. Entre os setores, os principais impactos positivos foram registrados por veículos automotores, reboques e carrocerias (6,1%) e máquinas e equipamentos (9,8%), com ambos revertendo os recuos observados no mês anterior: -8,4% e -6,1%.
Outros destaques positivos sobre o total nacional vieram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,0%), de produtos de metal (4%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (4,8%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (3,4%).
Por outro lado, entre os 11 ramos que reduziram a produção, o desempenho de maior importância para a média global foi assinalado por produtos alimentícios (-2,7%), que interrompeu dois meses consecutivos de expansão na produção, período em que acumulou ganho de 1,8%. Outras contribuições negativas vieram de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-3,7%), de celulose, papel e produtos de papel (-5,6%), de metalurgia (-1,9%) e de indústrias extrativas (-0,5%).
Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis (7,1%) e bens de capital (6,5%) apontaram os resultados positivos mais acentuados em fevereiro, com o primeiro eliminando o recuo de 4,8% assinalado em janeiro e o segundo recuperando parte da perda de 7% registrada nos meses de dezembro de 2016 e janeiro de 2017.
O segmento de bens intermediários (0,5%) também apontou avanço e completou a 4ª taxa positiva consecutiva, acumulando expansão de 3,6%. Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis (-1,6%) mostrou a única taxa negativa em fevereiro e devolveu parte do ganho de 7,2% acumulado nos meses de dezembro de 2016 e janeiro de 2017.
Na comparação com fevereiro de 2016, os resultados foram negativos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 17 dos 26 ramos, 46 dos 79 grupos e 53,2% dos 805 produtos pesquisados. De acordo com o IBGE, fevereiro teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior. Entre as atividades, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-10,7%) e produtos alimentícios (-6%) exerceram as maiores influências negativas, pressionadas, em grande parte, pelos itens óleo diesel, naftas para petroquímica e gasolina automotiva, na primeira; e açúcar cristal e refinado de cana-de-açúcar, sucos concentrados de laranja, carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas e rações, na segunda.
Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram de outros produtos químicos (-3,6%), de outros equipamentos de transporte (-11,4%), de produtos de minerais não-metálicos (-4,3%), de impressão e reprodução de gravações (-16,3%), de produtos de metal (-4,1%), de perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-8,0%), de celulose, papel e produtos de papel (-3,4%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,7%).
Por outro lado, entre as nove atividades que apontaram aumento na produção, a principal influência foi registrada por veículos automotores, reboques e carrocerias (18,7%), impulsionada, em grande parte, pelos itens automóveis, veículos para transporte de mercadorias e autopeças. Houve resultados positivos vindos ainda de indústrias extrativas (4,7%), de máquinas e equipamentos (11%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (13,1%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (6,4%).
Bens intermediários (-2,5%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-2,5%) assinalaram os resultados negativos entre as grandes categorias econômicas e apontaram quedas mais intensas do que a observada na média nacional (-0,8%). Por outro lado, o segmento de bens de consumo duráveis, com expansão de 19,8%, registrou o avanço mais acentuado, enquanto o setor produtor de bens de capital (2,9%) mostrou crescimento mais moderado, segundo o IBGE.