O Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta terça-feira (7), durante reunião no Palácio do Planalto comandada pelo presidente Michel Temer, que o resultado negativo do Produto Interno Bruto (PIB) de 2016 - que confirmou a pior recessão da história - é o resultado das políticas adotadas nos últimos dois anos. O ministro definiu a nova retração da economia brasileira como um "olhar no retrovisor".
Responsável pela política econômica do governo Temer, o titular da Fazenda destacou que, apesar da nova queda do PIB, o Brasil está agora em processo de saída da crise e começa, "claramente", a crescer.
Nesta terça (7), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou quea retração da economia em 2016 foi de 3,6% em relação ao ano anterior. Em 2015, a economia já havia recuado 3,8%.
Essa sequência de dois anos seguidos de desenvolvimento negativo só foi verificada no Brasil entre 1930 e 1931, quando os recuos foram de 2,1% e 3,3%, respectivamente.
Como a retração nos anos de 2015 e 2016 superou a dos anos 30, essa é a pior crise já registrada na economia brasileira. O IBGE e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) dispõem de dados sobre o PIB desde 1901.
"O PIB divulgado hoje [terça] refere-se ao ano passado. É olhar no espelho retrovisor. [...] É o resultado de uma série de políticas que levaram a economia brasileira a enfrentar a maior crise da sua história", ressaltou o ministro da Fazenda durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão.
Em valores correntes, o PIB chegou a R$ 6,266 trilhões em 2016, e o per capita ficou em R$ 30.407 - uma redução de 4,4% diante de 2015.
O desempenho dos três setores analisados pelo IBGE, que entram no cálculo do PIB, recuaram no ano.
A queda na agropecuária foi de 6,6%, puxada pela agricultura; na indústria, de 3,8%, influenciada pela indústria de transformação; e, nos serviços, de 2,7%, consequência do mau desempenho de transportes. Desde pelo menos 2012, a retração não era generalizada como a observada em 2016.