Foi assim. Dez anos após a inauguração (pela metade) da Refinaria Abreu e Lima (RNest), em Ipojuca, a Petrobras lançou edital para complementar o empreendimento. A ideia era terminar o Trem 1 e construir o Trem 2. Traduzindo: os trens são as linhas de produção da unidade de refino, que transformam o petróleo em combustíveis.
Os editais foram publicados na edição de segunda-feira (9) do “Diário Oficial da União”, convidando as empresas para participar de um megapacote de sete licitações. Apresentada como novidade, a verdade é que a Petrobras já havia lançado a licitação para concluir o Trem 2, em agosto de 2023. Em março deste ano, o Estadão descobriu os nomes de algmas empresas vencedoras da licitação: as que deram os maiores lances pelos lotes.
Na lista estavam a Consag, empresa da Andrade Gutierrez que atua no mercado privado e venceu dois lotes (A e B), com valores da ordem de R$ 3,7 bilhões, além da Tenenge, empresa da Novonor (antiga Odebrecht), que ganhou três lotes (C, D e E), com valores acima de R$ 5 bilhões. Além desses cinco lotes, ainda havia mais dois (F e G). Odebrecht e Andrade Gutierrez estiveram no centro do Petrolão,entre as empresas que mais ganharam contratos da Rnest.
O fato novo é que essa licitação lançada em agosto de 2023 não chegou a ser homologada. Isso porque o Tribunal de Contas da União (TCU), a partir de análise realizada pela Unidade de Auditoria Especializada em Petróleo, Gás Natural e Mineração (AudPetróleo) identificou um aumento de R$ 1,3 bilhão nos preços das propostas das empreiteiras, em relação ao valor de referência da Petrobras, correspondendo a um ágio de 23%.