Um policial militar matou a tiros o motoqueiro de aplicativo Thiago Fernandes Bezerra, de 23 anos, no bairro Alberto Maia, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. O crime foi na tarde do domingo (1º).
As informações iniciais de testemunhas são de que o PM não teria pago a corrida, no valor de R$ 7, e o motoqueiro desceu da moto e o confrontou. "Vai fazer o quê? Vai fazer o quê? Vai atira aí", disse Thiago Fernades, de braços abertos.
A ação, na Rua Barão de São Francisco, foi filmada por uma câmera de segurança.
As imagens mostram que o PM atirou, logo em seguida, na peito do motoqueiro. "Ai ai, meu Jesus", foram as últimas palavras de Thiago.
Ainda não se sabe o por quê do PM ter se recusado a pagar.
O policial, que não teve o nome divulgado, entrou no condomínio, trocou de camisa e tentou fugir após o ocorrido. Ele foi localizado em um ônibus na Avenida Belmino Correia, e foi agredido por populares.
Em seguida, ele foi conduzido para uma viatura da Polícia Militar e encaminhado para o Hospital Aristeu Chaves (CEMEC).
Na manhã desta segunda-feira (2), motoqueiros e colegas de Thiago realizaram um protesto pedindo justiça. Os manifestantes colocaram fogo em pneus.
A Avenida Dr. Belmino Correia, no Centro da cidade, foi paralisada. Passageiros precisaram descer dos celetivos e seguiram a pé para os destinos. O trânsito foi liberado às 8h.
A Polícia Militar de Pernambuco confirmou que o suspeito é um policial militar.
"A PMPE aprendeu um revólver calibre 38 com o suspeito e abrirá um processo administrativo, que poderá resultar na expulsão da Corporação."
O secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, em entrevista exclusiva ao JC, classificou o caso como um "crime bárbaro".
"Foi sem nenhuma razão, ele desceu da garupa de um mototáxi e após um breve diálogo, que eu não sei do que se tratava, ele puxou a arma, atirou e matou aquele trabalhador."
"Isso é uma exceção dentro de uma corporação como a Polícia Militar que tem 16 mil homens e mulheres que acordam todos os dias e colocam sua vida em risco para proteger a sociedade. Infelizmente, nós tivemos esse caso e ele vai responder pelo ato dele. Já está preso e deve ser expulso da corporação", afirmou o secretário.