No país que se orgulha de ter um parque de energia instalado capaz de gerar 222.608 MW dos quais 76,26 MW vem de fontes como micro-geração distribuída, eólica e solar e onde o consumo esta semana chegou aos 74,80 MWmed ascendeu a luz amarela do Operador Nacional do Sistema Elétrico preocupado com o fato de as energia intermitentes (que dependem do Sol e do vento) não estarem performando como o esperado especialmente pela dificuldade de entrarem como sua energia no chamado horário de pico das 17 às 22 horas.
É uma situação inusitada. Enquanto entidades do segmento de geração de energia eólica e especialmente no de solar comemoram os recordes de instalação de sistemas de geração distribuída nos telhado de milhões de residências e da safra de ventos que fez 2024 batem novos recordes na hora de pico o ONS tem que literalmente se virar para encontrar energia disponível para entregar ao consumidor na hora que ele chega em casa e liga todos os eletrodomésticos.
Estímulo ao consumo
O preço da energia não está barato, mas faz tempo que o governo não faz uma campanha de uso racional dessa oferta. Na prática, a própria divulgação dos números de geração eólica e solar acabaram passando a ideia de que o Brasil tem fartura de energia embora ela seja cara.
Especialmente quando as empresas informam que passaram a zerar seu balanço energético adquirindo o equivalente a toda energia que consome de fontes alternativas. E não é raro que essa energia limpa venha de suas próprias fazendas eólicas.
Não é bem assim
Conversa. Não existe isso de uma empresa usar apenas energia verde na sua operação pelo simples fato de a entrega das energias intermitentes como o próprio nome diz não poderem ser entregues 24 horas por dia e muito menos no horário de pico.
Essa situação real coloca o sistema dependente de outra forma de energia ancorada na geração hidráulica capaz de em tese gerar até 107,7 MW, mas que não vem performando como se espera. Segundo o ONS, as projeções para a Energia Natural Afluente (ENA) considerando o mesmo período, se mantêm abaixo da média histórica para o período em todo o Brasil. A Energia Natural Afluente é a água existente nos reservatórios que vai gerar energia.
Sem entregar
Na semana passada, por exemplo, o sistema de geração hídrica entregou apenas 46,40% e recebeu mais 6,33% da Itaipu Binacional. Embora as eólicas e solares tenham entregado 31,6% , o ONS precisou despachar 13,25% de energia gerada em térmica convencional.
Medido em termos de capacidade instalada as térmicas a gás e GNL representam apenas 6,7% do nosso parque de geração, podendo gerar até 14,97 MW. O preocupante é que como vem se observando ele está entregando 9,91 MWmed para que os brasileiros tenham o conforto de ver as novelas da Globo, da Record e do SBT e os telejornais das grandes redes.
Bicho pegou
E é aí que o bicho começou pegar esta semana quando o Operador Nacional do Sistema (ONS), Ministério de Minas e Energia (MME) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) começaram a conversar sobre o quadro geral de entrega de energia no horário de pico.
Isso tem a ver com o fato de que na região Norte, a seca afeta pelo menos três usinas da Amazônia: Belo Monte, Jirau e Santo Antônio. Cada uma delas tem entregado diariamente volumes inferiores ao esperado pelo sistema elétrico.
Matas queimadas
Vista de TV a seca no Norte desperta um sentimento de preocupação com a navegação, a fauna e os efeitos das queimadas. Mas pouca gente liga isso à falta de energia.
E isso na ponta quer dizer que se na hora da entrega os produtores não cumprem o prometido o ONS liga a tomada térmicas (o nome oficial é despacho) pagando preços de R$1.248 por megawatt-hora (MWh) para desespero do consumidor que vai ser cobrado depois.
Lula quer baixar
Esse é um custo que o governo não quer nem ouvir falar. Especialmente o presidente Lula e o ministro das Minas e Energia Alexandre Silveira que no outro extremo que baixar a conta de luz ainda que “torrando” os créditos que o governo recebeu na venda da Eletrobrás antecipando os recebíveis para que o presidente anuncie em breve a redação da conta de energia.
A conta não vai fechar porque em breve a fatura terá que subir exatamente pelo despacho de térmicas que o ONS está fazendo nos últimos meses. Mas essa é uma preocupação marginal. No setor elétrico a conversa é quando Aneel vai fechar os leilões de compra de potência programados para segurar o tranco na hora de pico.
Cenário irreal
O Brasil está vivendo uma situação que engana o leigo. Importa pouco ter um parque de 222.608 MW se na hora do pico não tiver energia disponível. A proposta do leilão de ponta é que num contrato de longo prazo o sistema ligue mesmo a térmicas comprando a energia a um preço muito menor do que precisa pagar hoje quando contrata para suprir o setor em estresse.
Para se ter uma ideia da crise basta dizer que esta semana o NOS defendeu a antecipação do início de suprimento da usina Termopernambuco, do grupo Neoenergia, já a partir de outubro mesmo que ela tenha um contrato para 2026. Isso porque a térmica já está pronta, pois foi contratada no leilão de reserva de capacidade de potência, realizado em 2021 pela qual receberá R$ 487,41 por MWh.
Todo esse quadro mostra como o setor elétrico está estressado mesmo com o discurso de estar sobrando energia. Está. Mas não de energia entregue na hora do pico. Até porque os rios estão secos, o sol se põe às 17 horas e nem sempre o vento gera energia suficiente para segurar o tranco dando o “real” na conversa de que o Brasil pode ser suprido apenas por energia renovável.
Mais uma chinesa
Agora é oficial mais uma marca chinesa terá planta no Brasil. Nesta terça-feira (19) foi publicada pelo MDIC, a homologação para o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), para a GWM Brasil.
A montadora começará as atividades com o SUV híbrido Haval H6 até o fim de 2024 na sua fábrica de Iracemápolis (SP), inicialmente em regime de pré-produção, para testar e ajustar os novos equipamentos da linha de montagem e verificar os processos de manufatura e de controle de qualidade.
A fábrica de Iracemápolis, no interior de São Paulo, foi comprada pela chinesa Great Wall Motor (GWM) da Mercedes-Benz em 2021 como base para a produção de automóveis para o Brasil e para a América Latina. No início de 2025 terá início a produção em série do modelo.
Com a decisão da GWM o mercado brasileiro começa a ser ocupado pela indústria automobilista chinesa com uma velocidade que as concorrente sequer conseguem dimensionar. BYD e GWM decidiram ocupar um espaço que as demais ainda sonham.
Expansão Brasil
Atualmente, a fábrica está passando por um processo de modernização e expansão, que ampliará sua capacidade de produção de 20 mil para 50 mil veículos por ano, e chegará a 100 mil unidades ao longo dos próximos anos.
A GWM já desenvolveu uma lista de mais de 100 componentes para serem produzidos localmente com o objetivo de alcançar taxa de nacionalização superior a 60%, o que permitirá à montadora iniciar a exportação de veículos para a América do Sul.
Álcool de milho
Em 2009, o Brasil era um dos maiores clientes de milho da Argentina e Estados Unidos para alimentação. Ano passado, o país tornou-se o maior exportador mundial de milho com 55 milhões de toneladas exportadas. Agora o Brasil avança mais um degrau.
A Caramuru Alimentos S.A, e a principal empresa de capital nacional no processamento de soja, milho, girassol e canola está se juntando com a Biocen - Bioenergia Celeiro do Norte S.A. empresa formada por produtores históricos do Mato Grosso para construção de uma planta de etanol de milho na cidade de Nova Ubiratã (MS). A nova unidade terá capacidade inicial de processamento de 605 mil toneladas de milho/ano e deve operar no final do primeiro semestre de 2026.
Paulo Guedes
O ex-ministro da economia, Paulo Guedes foi o convidado do Giants, que reúne empresários de alto padrão, de diversos segmentos do país, liderado pelo empresário Marcus Marques, empresário e especialista em gestão empresarial, CEO do Grupo Acelerador. Falou para 650 empresários em Alphaville, São Paulo sobre o potencial do Brasil é a fonte da segurança alimentar no mundo e a chave da segurança energética,
Wilson de Paula
O secretário da Fazenda de Pernambuco, Wilson José de Paula é o convidado do presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Pernambuco (CRCPE) para falar sobre "A Melhoria do Ambiente de Negócios em Pernambuco" nesta quinta (22), às 14hs, na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas de Garanhuns. Na ocasião, a equipe técnica da Sefaz vai apresentar a funcionalidade do novo portal de atendimento da instituição. Uma ferramenta que foi criada para facilitar ainda mais o atendimento aos contribuintes.
MV Experience
Liderada pelo empresário Paulo Magnus, da MV, empresa líder da América Latina no desenvolvimento de softwares para a saúde, promove nos dias 4 e 5 de setembro a 10ª edição do MV Experience Fórum (MEF), maior evento de inovação e tecnologia para o setor do Brasil. O encontro acontece no Transamérica Expo, em São Paulo/SP e tem como objetivo conectar todos os atores da saúde em prol das melhores práticas para o uso da tecnologia na área.
Suape na pauta
Nesta sexta-feira, dia 23, das 9h às 11h30 no Executive Lounge do Hotel Atlante Plaza em Boa Viagem, tem uma conversa de 40 lideranças empresariais do LIDE Logística com o presidente do Complexo de Suape, Márcio Guiot para uma atualização da atuação dos desafios e oportunidades do complexo portuário e projetos estratégicos para Pernambuco.
Oportunidade
A Neoenergia Pernambuco está oferecendo o parcelamento das contas atrasadas dos seus clientes em até 21 vezes, no cartão de crédito. Ao participar da ação e concluir a negociação, o cliente pode solicitar a religação do fornecimento de energia elétrica no mesmo momento e terá seu nome retirado da lista de devedores das empresas de cobrança. A iniciativa é válida para todos os mais de quatro milhões de clientes da companhia.
Convention Noronha
Foi criado o Convention & Visitors Bureau Ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, com foco no fomento ao turismo local. Até o momento, a entidade já conta com mais de 60 associados, entre pousadas, restaurantes, bares, atrativos turísticos e receptivos. O conselho administrativo é formado por Hayrton Almeida (presidente), Antônio Gomes (vice-presidente), Sandro Prizo (diretor financeiro), Lúcia Smith (diretora administrativa) e Pedro Henrique Neto (suplente).