O Brasil é o país do G20 com a maior produção de eletricidade renovável, com 89% de sua energia elétrica em 2023 proveniente de usinas hidrelétricas (60%), energia solar e eólica (21%) e bioenergia (8%), conforme dados da Ember, que se debruça sobre pesquisa energética. O destaque do país se deve à ampla rede hidrelétrica e à rápida expansão das fontes solar e eólica.
O Canadá, que ocupa o segundo lugar, gera 66% de sua eletricidade a partir de fontes renováveis (predominantemente hidrelétricas). A Alemanha apresentou a maior proporção de energia eólica e solar em sua matriz energética.
No Brasil, a participação da energia hidrelétrica tem oscilado na última década devido a variações climáticas, representando 60% da eletricidade em 2023, em comparação com uma média de 63% desde 2013.
Ao mesmo tempo, a participação das energias eólica e solar tem crescido rapidamente nos últimos anos, alcançando 21% em 2023, um aumento significativo de quatro pontos percentuais em relação aos 17% de 2022, e subindo de apenas 5,8% em 2016.
Nas últimas duas décadas, a geração de bioenergia aumentou 4,5 vezes, passando de 148 TWh em 2000 para 672 TWh em 2022. Consequentemente, a participação da bioenergia na matriz energética global subiu de menos de 1% em 2000 para 2,4% em 2022.
Houve apenas um ano em que a geração de bioenergia apresentou uma queda anual: em 2001, a produção caiu 5,5 TWh (-3,7%). Desde então, a geração de bioenergia cresceu a uma taxa média anual de 8%. Em 2022, a taxa de crescimento despencou para 0,8%, à medida que grandes produtores como Brasil, Estados Unidos e Reino Unido reduziram a geração de bioenergia.
O crescimento da geração de bioenergia desacelerou desde 2015, apresentando uma taxa média de crescimento anual menor, de 4,9%. A participação da bioenergia aumentou apenas 0,4 pontos percentuais desde 2015, de 2% para 2,4% em 2022.
Entre os países do G20, o Reino Unido possui a maior participação de bioenergia na matriz energética doméstica. Em 2000, sua participação era de apenas 1,1%.
Em 2015, essa participação subiu para 8,5%, embora o aumento tenha desacelerado, trazendo a participação da bioenergia no Reino Unido para 11% em 2022. Brasil e Alemanha têm participações semelhantes, com uma taxa consistente de cerca de 8% desde 2015.
Diante da crescente necessidade de debater o futuro da energia, a Conferência Ibero-Brasileira de Energia (CONIBEN) chega à sua terceira edição, reforçando o objetivo de unir as principais lideranças do setor energético ibero-brasileiro, compartilhando conhecimento técnico e estratégico para impulsionar as inovações e mudanças que o mundo tanto precisa.