"Hoje, a gente tá aqui ocupando um lugar que foi símbolo de violências, não só da violência policial, mas da violência urbana. Pessoas em situação de vulnerabilidade já passaram por esse espaço para se abrigar, e hoje estamos ressignificando esse espaço com a força da arte cabense," disse Amaik, ativista da cena de arte e cultura do Cabo e um dos organizadores do Coletivo Cabe Mais.
A ocupação deste espaço abandonado simboliza um ato de resistência e apropriação dos espaços públicos para a propagação cultural e artística. Transformar locais outrora marcados pela violência em ambientes de criatividade e expressão reforça o poder da arte como instrumento de mudança social e inclusão.
Em um movimento que une diversidade e arte, o Coletivo realizou a segunda edição do Manifesta Cabo no primeiro domingo de agosto deste ano, 04. O evento reuniu diferentes manifestações artísticas da cidade, oferecendo oficinas e atividades que se estenderam ao longo do dia. Entre as atividades, destacaram-se as oficinas de cerâmica para crianças e de percussão, roda de conversa sobre a maternidade solo e contação de histórias infantis.
"O Coletivo Cabe Mais surge como um movimento aglutinador dos artistas independentes do Cabo e hoje está realizando mais uma edição de um festival aberto para toda a população que aprecia a arte da nossa cidade," afirmou Amaik.
Jovens artistas da cidade pintaram a estrutura do 18° Batalhão da Polícia Militar, localizado na área central do bairro da Cohab. Michael, que pintou sua arte no muro, falou sobre a importância de estar atuando no evento: "É muito bom estar aqui. Só assim eles vão ver quem nós somos de verdade."
O evento contou com a presença de diversos ativistas cabenses da arte de rua, música, dança e performance. As atrações começaram no início da tarde, com performances vibrantes de artistas locais, como Coco de Zé Muleque, Bando Bico de Lacre, Zabumba do Mestre Chimba, Neguuh Cesar, e Davi, entre outras apresentações que encantaram o público.