Lei mais importante da Reforma Tributária é levada ao plenário sem que texto tenha sido lido pelos deputados
Analise do PL 68/24, do Poder Executivo subiu com o debate público tenha sido analisado com temas periféricos como a ampliação do cashback.
Publicada em 11/07/2024 às 08:44h - 44 visualizações
por Fernando Castilho
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Câmara começiu a votação da proposta do Analise do PL 68/24, do Poder Executivo. - Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados (Foto: )
Ganha um caramelo 7 Belos de prêmio, o deputado que - não tendo participado de algum grupo de trabalho - saiba exatamente o que a Câmara Federal está aprovando e que tenha qualquer ideia mais clara do que vai acontecer a partir de 2026 quando ela vai começar a ser implantada com o Projeto de Lei Complementar 68/24, do Poder Executivo.
Explica-se : A Reforma Tributária está para Arthur Lira assim como a Reforma da Previdência esteve para Rodrigo Pacheco. Tem que ser aprovada para que passe a fazer parte da história da presença de ambos no comando da Câmara Federal.
Temas periféricos
É isso explica porque, nos últimos dias, o debate público tenha sido analisado com temas periféricos como a ampliação do cashback (devolução de tributos às famílias mais pobres), além de mudanças em regras para medicamentos e planos de saúde, incluindo atendimento a animais domésticos em detrimento de assuntos mais importantes e relacionados à implantação prática da mudança futuras.
De forma justa não se pode acusar os deputados pela sua ignorância sobre o que está sendo analisado a partir do texto enviado pelo ministério da Fazenda escrito, claramente, com o viés de controle total da arrecadação pela União.
Substituição tributária
Para governadores que hoje reclamam que enquanto reduzem a presença dos impostos (que são repartidos com a União) enquanto as contribuições (CSLL e PIS Cofins) integralmente federais, a instituição do IVA será, na prática, a entrega do poder de mando sobre as receitas hoje arrecadadas.
O problema é que a sete meses de deixar o comando da Câmara Federal, Arthur Lira decidiu que o texto da Reforma Tributária vai ser aprovado antes do recesso que se inicia no próximo dia 18 de modo que o Senado lhe devolva o texto com possíveis modificações antes do Natal.
Aprovar em 2024
O presidente da Câmara Federal já avisou que fará o que for possível para aprovar a Reforma Tributária. E para isso tem o apoio do presidente Lula que também quer aprovar a reforma antes dele deixar o comando da Câmara.
E como tudo que é apressado tende a sair mal feito, a análise dos artigos do texto enviado pelo Governo virou uma guerra de lobbies de todos os interesses. Especialmente, em cima de dois espaços centrais: a cesta básica nacional, ou em relação às empresas que estarão pagando impostos por estarem dentro da temida lista do Imposto Seletivo.
Porque a pressa?
Especialistas em Direito Tributário como a professora Mary Elbe Queiroz que se voluntariou “como cidadã” para ajudar na melhoria do texto nas comissões que analisaram os quase 600 artigos não tem dúvida de que o texto que for aprovado agora vai levar a que o Congresso, em poucos anos, volte a torna necessário uma reforma da reforma.
Para que essa pressa? Pergunta a especialista que nesta quarta-feira, no programa passando a Limpo da Rádio Jornal e revelou que os governadores perceberam o que lhes aguarda e decidiram pressionar (já na Câmara) a inclusão do princípio de substituição tributária.
Do ponto de vista conceitual, reconhece Queiroz, é uma incoerência já que eles aprovaram a PEC com entusiasmo e agora desejam manter a tese da substituição tributária. Mas agora eles sabem que sem isso, o controle mínimo do seu caixa deixará de existir.
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