Concessão de auxílio doença cresce 49% em um ano e déficit da Previdência chega a R$ 150 bilhões em 2024
O INSS tem dificuldade de processar as perícias médicas e ampliou as despesas com o envio dos documentos por meio eletrônicos pelo segurado
Publicada em 04/07/2024 às 10:00h - 3 visualizações
por Fernando Castilho
Compartilhe
Link da Notícia:
INSS da Previdência não consegue analisar todos os pedidos de perícias médicas - Divulgação (Foto: )
O relatório de maio de 2024 do Regime Geral de Previdência Social revela um crescimento de quase 50% do número de benefícios concedidos apenas como Auxílio-Doença que chegou a 1.622.907 trabalhadores que precisaram se afastar do trabalho e passaram a ser pagos pelo INSS. No total das despesas pagas eles já representam 4,8% do total de gastos e vêm num crescendo desde 2023 quando passaram da média de um milhão/mês de segurados.
O aumento dessa despesa coincide com as dificuldades do INSS de processar as perícias médicas, o que ampliou as despesas com o aceite de processos eletrônicos quando o segurado recebe o benefício após enviar por meio eletrônico os documentos para análise de sua situação física e necessidade de afastar-se do trabalho com o aceite do Atestemed. Em maio de 2021, por exemplo, as concessões de benefícios foram de 957.791 e em maio de 2022 chegaram a 926.729 benefícios.
Déficit das contas
Segundo o relatório da Previdência de maio último, o déficit das contas chegou a R$123,7 bilhões para uma despesa de R$403,4 bilhões e uma arrecadação de apenas R$250,1 nos cinco primeiros meses do ano. Anualizado, o déficit da Previdência chegou a R$346,2 bilhões.
É uma situação bem difícil, pois em maio o Brasil chegou aos 34,04 milhões de segurados pagos pela Previdência. Além dos 6,02 milhões também pagos por ela, porém classificados como Assistenciais que incluem o BPC Idoso (2.656.009) e o BPC Portador de Deficiência (3.312.817) que recebem um salário mínimo. Os números destoam do número de concessões de benefícios por aposentadoria por idade que cresceram 5,0%, em um ano, e aposentadoria por tempo de contribuição que cresceram apenas 1,3%.
Tendência preocupante
Os números de maio deste ano seguem uma tendência de crescimento de déficit preocupante e que se iniciou em 2021 e que, em maio de 2022 chegou a R$270,8 bilhões, que em maio de 2024 atingiu R$346,2% quando anualizados.
Uma das dificuldades do aumento do déficit do INSS é que elas incluem a arrecadação urbana e rural e a perda de arrecadação com as renúncias fiscais. São segmentos que pagam menos, como as empresas do Simples Nacional, Entidades Filantrópicas, Microempreendedor Individual (MEI), Exportação da Produção Rural e Funrural. Esses setores recolhem menos ao INSS. Um dos exemplos dessa baixa arrecadação é o caso dos MEIs, que recolheram no mês de maio R$543,6 milhões enquanto as empresas urbanas recolheram R$48,2 bilhões.
Renegociar dívidas
Está em nível de discussão, uma proposta dos estados que querem trocar o fator de correção das suas dívidas. A proposta de correção das dívidas dos estados foi proposta pelos secretários de Fazenda que desejam pagar as parcelas com correção de IPCA + 0 com o adicional de 1% para o Fundo de Equalização. Entretanto abriu-se uma divergência, pois a União propôs que seja de IPCA + 1% com o adicional de 1% para o fundo. Hoje, os estados pagam o IPCA+4%.
Segundo o secretário da Fazneda Wilson de Paula, simulações da Secretaria da Fazenda indicam que se a proposta dos estados fosse aceita, a parcela de Pernambuco - que em janeiro último foi de R$21,26 milhões - cairia para R$13,71 milhões.
Pela proposta da União, a mesma prestação cairia para apenas R$17,23 milhões. Ainda pelas simulações, em dezembro de 2026 (último da atual gestão), a prestação prevista de R$24,67 milhões cairia para R$15,90 milhões ajudando ao caixa.
Banco Mundial
Além dessa proposta, Pernambuco ainda vem trabalhando numa renegociação d e sua dívida no valor de US$275 milhões com o Banco Mundial e é sensivelmente menor que as taxas dos empréstimos internos.
Uma eventual renegociação com o Bird possibilitará melhorar o perfil da dívida, distribuindo o serviço da dívida ao longo do tempo, abrindo espaço no curto prazo para outros investimentos e para melhoria da saúde fiscal do Estado. A proposta está em análise na Assembleia Legislativa que poderá ser convocada para analisar os projetos durante o recesso de julho.
O Governo Federal, através da Comissão de Financiamentos Externos - COFIEX, já avaliou as condições desta operação e concluiu pela autorização. E vários estados refinanciaram os estão financiando suas dívidas nas mesmas condições de Pernambuco: Alagoas, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Sergipe.
ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.
Copyright (c) 2024 - Rádio Ponte FM 98.5 - Radio Ponte FM 98.5 Fone: 81-3522-1356 Endereço: Rua João Paes Barreto 42a Alto do Sol, Ponte dos Carvalhos, Cabo de Santo Agostinho-PE