Durante o ato das centrais sindicais em comemoração ao Dia do Trabalhador, o presidente Lula (PT) aproveitou o momento para falar sobre a tensão vinculada com a prorrogação da desoneração da folha de pagamento.
Apesar de não negar exatamente a existência de uma prorrogação da desoneração da folha de pagamento, Lula declarou que essa medida para 17 setores da economia e municípios não pode "favorecer os mais ricos".
Em sua declaração, Lula afirmou que "a gente faz desoneração quando o povo pobre ganha, quando o povo trabalhador ganha" e que não é possível "fazer desoneração sem que eles [mais ricos] sequer se comprometam a gerar um emprego e dar garantias para quem está trabalhando".
A situação ocorre após Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF) acatar uma solicitação da Advocacia-Geral da União (AGU) para suspender trechos da prorrogação da desoneração, aprovada no Congresso Nacional.
A votação em plenário virtual está em 5 a 0 para manter a suspensão feita por Zanin, mas a ação foi suspensa após o ministro Luiz Fux pedir vista (tempo para análise).
Setores econômicos, municípios e a maioria do Congresso deseja que a desoneração da folha de pagamento continue até 2027, enquanto o Ministério da Fazenda visa reduzir a abrangência da medida, para evitar um impacto financeiro na União, que perderia a arrecadação.
Lula chegou a vetar o projeto que planeja retirar impostos para 17 setores econômicos e alguns municípios, mas sua ação foi derrubada no Congresso.
Dentro das centrais sindicais, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) é contra a desoneração da folha de pagamento, enquanto a Força Sindical e a União Geral dos Trabalhadores são favoráveis ao projeto.