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Greve é indicativo de crise

Com votação apertada, UFPE adere ao protesto que paralisa aulas em mais de 50 universidades e quase 80 institutos federais no país

Publicada em 19/04/2024 às 08:44h - 49 visualizações

por JC


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Em meio a tensão com Elon Musk e o X, Moraes vai ao Congresso e diz que antes das redes sociais \'nós éramos felizes e não sabíamos\' - Thiago Lucas  (Foto: )

Do ensino fundamental ao superior, o Brasil precisa melhorar muito a estrutura dos serviços prestados nas redes públicas, com foco no aprendizado dos alunos e no desempenho dos profissionais, que não podem deixar de ser valorizados numa política que saia do discurso fácil, e enfrente os dramas cotidianos, difíceis, da educação em todo o território nacional. Do transporte e da merenda para estudantes vulneráveis, ao salário de técnicos e professores, a educação demanda há muito tempo uma visão de longo prazo que a coloque no centro da estratégia de desenvolvimento, com base na experiência de outros países que trilharam o caminho do êxito, elevando o padrão de vida coletivo e o aproveitamento dos potenciais individuais, a partir da compreensão da importância do sistema educativo.
Depois de quatro anos de polêmicas desnecessárias e contraprodutivas, na gestão anterior, a educação brasileira espera da atual gestão mais respostas assertivas no encaminhamento de questões antigas, que continuam atravancando a formação dos cidadãos e o crescimento do país. Para quem pensava que tudo ia às mil maravilhas no ambiente acadêmico, após as tempestades do governo passado, vislumbra sinais de crise na greve deflagrada nas universidades e institutos federais, espalhados por todo o território nacional. Em Pernambuco, a UFPE aderiu ao movimento paredista, em votação apertada que mostrou divisão entre os professores. Muitos preferiam não paralisar as aulas, num calendário que já vem conturbado desde as interrupções causadas pela pandemia de Covid-19, em 2020. O semestre letivo havia começado esta semana.
O reajuste salarial de 22% em três parcelas anuais de pouco mais de 7% é a principal reivindicação, enquanto a proposta do governo é de 9% nos próximos dois anos, dividido em aumentos de 4,5%. A revisão do orçamento dos institutos federais, a reestruturação da carreira docente e a melhoria das condições de trabalho também integram a pauta dos grevistas. Neste último item, que parece genérico, residem problemas que se acumulam nas universidades, por exemplo, da manutenção predial à garantia de segurança para a comunidade acadêmica.
O Ministério da Educação e outros setores do governo prometem mais diálogo e propostas mais próximas das demandas dos servidores, com o objetivo de encerrar logo a paralisação. A visão de urgência está correta, para que não se tenha uma demora que confirme o estabelecimento de crise numa área tradicionalmente favorável ao presidente e seu partido. Restaurar a confiança dos servidores antes que a greve se prologue é essencial não só do ponto de vista político, no entanto. Professores, demais servidores e estudantes aguardam medidas concretas que desfaçam o cenário de crise, e tragam para a realidade os discursos de valorização da educação para o desenvolvimento social, através de ações integradas com outras esferas da gestão pública, que descortinem um horizonte de priorização não visto até agora.

 




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