As escolas municipais de Jaboatão dos Guararapes amanheceram sem aula nesta sexta-feira (12) devido a uma paralisação realizada pelos professores da cidade. A categoria protesta contra a má qualidade das estruturas físicas das unidades escolares.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Jaboatão (Sinproja), a paralisação atinge todas as unidades educacionais do município, como escolas, creches e centros de educação infantil, em todos os turnos. A prefeitura afirma que houve "adesão parcial".
Os professores denunciam que trabalham sob forte calor nas salas de aula, que os banheiros das escolas não funcionam e que há goteiras e alagamentos nos locais de ensino.
"As condições são adoecedoras. Estão sufocando a educação jaboatonense", diz uma nota emitida pelo sindicato.
O Sinproja alega que a decisão pela suspensão das atividades se deu "diante da falta de soluções para esses graves problemas".
"Essa luta não interessa apenas aos trabalhadores e às trabalhadoras, mas também às famílias e aos(às) responsáveis que desejam uma Educação de qualidade socialmente referenciada para crianças, jovens e adultos", acrescenta o sindicato.
A presidente do Sinproja, Séphora Freitas, afirmou que vai realizar um giro pelas escolas na manhã de hoje para avaliar a adesão dos profissionais.
"Fizemos a mobilização e já foi mostrada muita disposição. A categoria está bastante indignada pelas condições de trabalho e demonstrou grande disposição para a paralisação", afirmou a líder sindical.
A Secretaria de Educação de Jaboatão dos Guararapes informou que a mobilização teve adesão parcial dos professores, e que as escolas afetadas irão repor as aulas posteriormente em encontros presenciais.
A pasta também disse que está adotando medidas para melhorar as condições de trabalho dos profissionais, realizando requalificação e ampliação do número de aparelhos de ar-condicionado, abrindo licitação para manutenção das escolas e elaborando projetos de manutenção do serviço elétrico, hidráulico e arquitetônico.
A secretaria também afirmou que concluirá a entrega dos kits e fardamentos de alunos e professores até o mês de maio, à medida que os materiais forem enviados pelos fornecedores.
Na última quinta-feira (11), a secretaria de Educação se reuniu com o Sinproja para acolher as reivindicações da categoria e apresentar medidas. De acordo com Séphora Freitas, a prefeitura se comprometeu a iniciar a solução do problema com os aparelhos de ar-condicionado já na próxima segunda-feira (15).
"Eles disseram que vão iniciar medidas emergenciais de chamamento público em licitação para manutenção corretiva dos aparelhos de ar-condicionado, e a partir de segunda-feira será feita a manutenção nos que estiverem quebrados. Também disseram que vão apresentar licitação para acréscimo de novos ares-condicionados nas escolas", disse Séphora.
"Como medida a longo prazo, a secretaria afirmou que vai realizar parceria com o governo do Estado, por meio do Juntos Pela Educação. Está prevista a construção de cinco creches e três escolas em tempo integral", afirmou Séphora.
Segundo ela, a prefeitura também afirmou que os 30% dos Precatórios do Fundef destinados às gestões governamentais serão usados para recuperar unidades escolares.
"Foi uma reunião muito produtiva, mas é lógico que vamos nos manter vigilantes e cobrar que isso aconteça. A paralisação foi mantida pois foi deliberada em assembleia. Precisamos ficar fortes para cobrar", disse a presidente do Sinproja.
Nas redes sociais, diversos professores de Jaboatão se manifestaram sobre a paralisação.
"Sala com ar quebrado. Teto de PVC. Não circula o ar... que calor. Em vez de ajeitar ou trocar o ar, colocam 5 ventiladores que só espalham o ar quente e fazem a maior zuada quando estão ligados. Resumo: Calor e zuada. Tem rendimento assim?", questionou o professor de matemática Carlos Eduardo.
"Não tô aguentando trabalhar na SAUNA de aula todo dia não. E quando chove é pingueira pra todo lado. Como se ensina/aprende nessas condições?", indagou outra professora nas redes sociais do Sinproja.
"Só quem trabalha na rede sabe", afirmou Ericka Fernandes, professora da rede municipal desde o mês de janeiro.