A paralisação dos motoristas de Uber e 99 já reúne manifestantes na pista local da Avenida Agamenon Magalhães, em Olinda, em frente ao Classic Hall. Por volta das 7h da manhã desta terça-feira (26), horário previsto para o início do protesto, algumas dezenas de carros já se encontravam enfileirados no local.
De acordo com Thiago Silva, presidente da Associação dos Motoristas e Motofretistas por Aplicativos de Pernambuco (Amape), a manifestação ganhará corpo no decorrer da manhã. A intenção, segundo ele, é não provocar bloqueio na pista que afete o trânsito no local.
Pelas redes sociais, é possível ver vídeos dos motoristas estacionados no local e promessas de adesão da categoria. Vários usuários estão afirmando que vão se dirigir ao local para participar da manifestação, que é pacífica e busca chamar atenção contra o PL que regulamenta a atividade da categoria, apresentado pelo Governo Federal no início do mês.
A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) afirmou que há agentes no local acompanhando a manifestação. Não há aviso de congestionamento na região até o momento.
A previsão é de que os motoristas saiam em carretada até a Assembleia Legislativa após as 9h. Na sede do Legislativo Estadual, a categoria entregará aos deputados estaduais um pedido de retirada de urgência do projeto, que deverá ser enviado aos deputados federais e senadores pernambucanos.
Da Agamenon Magalhães, a carreata seguirá pela Avenida Cruz Cabugá, passando pelo Parque 13 de Maio, Rua Princesa Isabel e Rua da União, onde se estabelecerá na Alepe.
Além do Recife, também estão marcados atos em:
Por se tratar de uma paralisação nacional, também há protestos marcados em outras regiões do país, como em Curitiba, no Paraná, Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e em Maceió, em Alagoas.
"O motorista não quer pagar 27,5% de INSS, pois já estamos há oito anos sem nenhum tipo de reajuste. O que o motorista quer é liberdade pra trabalhar e tarifas justas, de no mínimo R$ 2 o quilômetro, mais tempo, pois as plataformas chegam a tirar 60% do valor de uma viagem”, disse Thiago Silva, presidente do Amape.
"Além disso, o projeto prevê o cálculo dos ganhos, com base na hora trabalhada, de R$ 32,09. Muitos destes profissionais já conseguem fazer um valor superior, em diversas capitais do país. Muitos temem o chamado bloqueio branco, onde as plataformas deixam de enviar solicitações, quando o mínimo é atingido", completou.
Outro ponto de divergência é a obrigatoriedade de representação de sindicatos, junto ao governo e plataformas. Na opinião do presidente da AMAPE, a categoria não se sente representada por essas instituições.
“Não existe ata de fundação, CNPJ, carta sindical ou qualquer outro documento que legitime estas pessoas, que participaram do GT, em Brasília e fecharam um acordo ruim para o motorista de aplicativos. Portanto, sindicatos, não nos representam”, pontuou.
Em testes realizados pelo NE10 na manhã desta terça-feira, há motoristas operando normalmente nos aplicativos Uber e 99 na região central do Recife, o que indica que nem todos os profissionais aderiram à paralisação.
Por volta das 8h, solicitações de corrida foram prontamente atendidas nos aplicativos, com previsão de chegada ao local de embarque em poucos minutos. A faixa de preço das viagens tinha pouca ou nenhuma alteração.