Motoristas de ônibus da Região Metropolitana do Recife estão travando as principais vias da área central do Recife na manhã desta quinta-feira (21/3). A manifestação começou às 9h e já vinha sendo anunciada desde a noite anterior.
Os bloqueios acontecem nos locais de sempre: Avenida Guararapes e Ponte Duarte Coelho - principais ligações do transporte público no Centro do Recife; e na Avenida Agamenon Magalhães, primeira perimetral que faz importantes conexões com todas as áreas do Recife e da RMR, como a cidade de Olinda.
Resultado: muito congestionamento e ônibus alterando o percurso e deixando os passageiros na mão.
A razão do protesto - que deve durar até o fim da manhã, no máximo, mas poderá se repetir em outros dias, vale salientar - é mais uma disputa entre a categoria e os rodoviários. Segundo o Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, a manifestação é motivada por um atraso no pagamento da quinzena salarial.
Os rodoviários alegam que o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana) emitiu um comunicado à categoria de que iria adiar o pagamento da quinzena porque o governo de Pernambuco está atrasando o subsídio público enviado às empresas permissionárias - que não têm contrato de concessão pública. E que são a maioria dos operadores.
Por nota, a Urbana informou que:
- O custeio do sistema de transporte público de passageiros do Grande Recife depende do aporte de subsídios pelo governo de Pernambuco;
- As empresas de ônibus "foram compelidas a ajustar o adiantamento salarial excepcionalmente neste mês de março, estendendo-o até segunda-feira (25)";
- "Reitera o compromisso com os trabalhadores rodoviários de adotar todas as providências para efetuar os adiantamentos na data mais breve possível".
Esse é o terceiro protesto dos rodoviários apenas em 2024. O primeiro aconteceu no dia 23 de janeiro, também pelo mesmo motivo de atraso na quinzena salarial. Mas foi apenas dos motoristas do Consórcio Recife (empresas Pedrosa e Transcol), que bloquearam a garagem e, com isso, 30 linhas foram afetadas.
A segunda manifestação da categoria também aconteceu em janeiro e foi motivada pelos casos de agressões físicas sofridas por motoristas no Grande Recife. Os manifestantes estacionaram os ônibus em fileiras para bloquear avenidas no Centro da capital pernambucana. Até agora, pelo menos dez motoristas de ônibus foram agredidos fisicamente por passageiros durante as viagens.