Nesta terça-feira (30), o presidente Lula (PT) dá entrevista para CBN Recife e fala sobre diversos pontos vinculados com Pernambuco e seu atual governo.
Durante a entrevista, o presidente apresentou sua opinião sobre o governo Raquel Lyra (PSDB) e indicou mais sobre sua relação com o prefeito do Recife João Campos (PSB). As declarações de Luiz Inácio trouxeram uma posição conciliadora com a rivalidade entre o prefeito e a governadora, em um gesto de aceno a ambos.
Ao ser questionado sobre sua relação com a governadora Raquel Lyra, de um partido de direita, o presidente Lula relatou que não havia conhecido Raquel anteriormente, mas que reforçou para governadora que trataria ela como qualquer gestor e que teria o compromisso de atuar como se ela fosse sua aliada.
Luiz Inácio citou sua primeira viagem a Pernambuco, quando Raquel Lyra foi vaiada no Geraldão e Lula a defendeu. Ele indicou que relatou para governadora que Pernambuco terá o que sempre obteve em gestões de partidos aliados ao PT.
Lula também citou que deu conselhos para atuação de Raquel na política de Pernambuco, principalmente sobre sua relação com a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), do qual relatou que todo mundo tinha ciência de sua relação conflituosa com o Legislativo do estado.
O presidente ainda afirmou que Raquel era uma mulher bem formada, que viveu um momento de instabilidade emocional após a morte do marido. "Nós temos que compreender o estado emocional que essa companheira assumiu o Governo do Estado", citou Luiz Inácio ao defender a governadora. Lula também citou que foi amigo de João Lyra, pai da governadora.
Ao elogiar Raquel e desconversar sobre a possibilidade da governadora compor sua base aliada, o presidente citou João Campos para balancear. Lula citou que conhece João desde pequeno e que sempre teve uma relação próxima com sua família.
Ao citar o prefeito do Recife, Lula respondeu o questionamento do entrevistador sobre seu jantar com toda família Campos, em que caracterizou como "um jantar de família" e explicitamente afirmar que o momento não foi de discussão política.
Apesar de no início da entrevista ter falado de João Campos apenas do ponto de vista pessoal, Lula declarou que deseja discutir política com o prefeito do Recife.
Ao trazer diversos elogios para o filho de Eduardo Campos, ao relatar que ele foi "uma surpresa agradabilíssima para o Recife" e indicar que considera João Campos um gestor extraordinário, Lula esclareceu os aspectos políticos da aliança do PT com o PSB no Recife.
Quando questionado sobre o desejo do Partido dos Trabalhadores de ter um de seus filiados como vice de João Campos nas eleições 2024, Lula não respondeu diretamente, mas citou as eleições de 2022 para apontar que o PT desistiu da candidatura do senador Humberto Costa para apoiar o nome do PSB, Danilo Cabral.
Lula indicou que João Campos preza e sabe da importância com o PT, mas que caberia ao prefeito do Recife e o PSB escolher quem comporia sua chapa. Sobre esse tema, Luiz Inácio afirmou que não tem um nome específico para indicar, mas que a decisão precisará levar em consideração se Campos tem planos para se candidatar a governador em 2026.
O apontamento de Lula é de que, caso João queira se lançar ao Governo de Pernambuco, o nome escolhido terá de ser uma opção de quem possa assumir a Prefeitura no meio do mandato.