As reportagens do Blog de Jamildo sobre o risco real de perda do empreendimento bem como todo o detalhamento do projeto fizeram Pernambuco acordar para a defesa da Escola de Sargentos do Exército, projetada para a cidade de Abreu e Lima.
Um dos equívocos que o esforço de reportagem mostrou foi que o projeto da Escola de Sargentos do Exército independe da viabilização do Arco Metropolitiano, promessa de campanha ainda de Eduardo Campos e que nunca saiu do papel, entre outros motivos, por conta de intermináveis discussões ambientais em torno dos vários traçados já discutidos.
Em audiência pública nesta segunda, na Alepe, o gerente do projeto da Escola de Sargentos, general Joarez Alves Pereira Júnior, repetiu que a legalidade é a base da proposta apresentada pelo Exército e se disse tranquilo quanto ao atendimento com folga de todas as exigências contidas no Código Florestal e em leis específicas.
O general também descartou contar com o Arco Metropolitano na decisão sobre a localização das instalações da instituição de ensino militar.
“Eu não posso contar com uma estrada que não tem nem traçado feito, se é que ela vai sair”, afirmou o general.
Segundo Joarez Pereira Júnior, o princípio basilar do projeto é estar próximo a uma cidade de médio ou grande porte que já tenha instituições do Exército que vão dar suporte à Escola, a exemplo do Hospital Militar do Recife.
“O que não pode é alguém ter que se deslocar 70 km da Escola, ou seja, 140 km com a ida e volta, para vir numa consulta médica”, exemplificou.
Segundo o general, a proposta de instalar as vilas militares ao longo da Estrada de Mussurepe ainda será avaliada.
No mesmo evento, a secretária Ana Luiza Ferreira, o Governo não irá abrir mão da preservação, e nem da Escola.
A secretária de Meio Ambiente, Ana Luiza Ferreira, disse que é preciso encontrar as convergências por meio das reuniões do grupo de trabalho criado pelo Governo do Estado com todos os atores interessados, porque “não é possível abrir mão da preservação ambiental e nem da Escola de Sargentos”.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcanti, destacou a necessidade de garantir o investimento previsto de R$ 1,7 bilhão, que deve criar um novo pólo de crescimento. “Independente de qual seja o resultado da nossa construção coletiva aqui, o compromisso da área de desenvolvimento econômico de Pernambuco é fazer funcionar a solução e trazer a escola para cá”, declarou o secretário.
Representantes do Poder Executivo presentes à audiência citaram contrapartidas em andamento, com a reforma da PE-27 e ações de saneamento da Compesa. O presidente do DER-PE (Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco), Rivaldo Melo, falou sobre as intervenções previstas para melhorar a circulação na região.
Diante das manifestações de pessoas – umas contra e outras a favor da implantação da Escola – , a audiência pública foi encerrada antes da escuta de todos os inscritos pelo coordenador da Frente, deputado Renato Antunes (PL).
"Não houve condições de dar prosseguimento em virtude do horário e da forma como está sendo posta essa reunião, tem que ser um debate civilizado”, disse o parlamentar.
O debate teve, ainda, a participação dos deputados estaduais Abimael Santos (PL), João Paulo (PT), Gustavo Gouveia (Solidariedade) e Sileno Guedes (PSB). Também estiveram presentes os deputados federais Coronel Meira (PL/PE) e Augusto Coutinho (Republicanos/PE), assim como vereadores de municípios da Região Metropolitana.