A média diária de assassinatos em Pernambuco, em 2023, é a maior dos últimos dois anos. Estudo divulgado pela Secretaria Estadual de Planejamento, Gestão e Desenvolvimento Regional, na última semana, aponta que quase dez pessoas foram mortas todos os dias.
Em 2021, a média diária foi de 9,24 mortes violentas em Pernambuco. No ano seguinte, o número subiu para 9,39. Agora, está em 9,96 (levando-se em consideração os meses de janeiro a setembro).
Em 68% dos crimes registrados em 2023, as vítimas tinham envolvimento com alguma atividade criminal.
A quantidade de assassinatos é mais um alerta para a necessidade de ações efetivas de combate à violência no Estado.
Apesar de a política do Juntos pela Segurança, em substituição ao Pacto pela Vida, ter sido lançada no final de julho, ainda não foram divulgadas novas medidas para barrar o avanço da criminalidade - o que tem resultado em números alarmantes.
De janeiro a outubro, 2.994 mortes violentas foram contabilizadas em Pernambuco. No mesmo período de 2022, foram 2.839. O aumento, até agora, é de 5,45%.
No Pacto pela Vida, a promessa era de redução anual de 12% nos homicídios. No Juntos pela Segurança, porém, o governo estadual ainda não divulgou qual meta será adotada.
O levantamento do governo estadual traçou ainda a quantidade de mortes violentas por dia da semana. E mostrou que um em cada três crimes contra a vida ocorreram no sábado ou domingo, quando há menos gente e menos policiamento nas ruas.
Das 2.719 mortes no Estado, entre janeiro e setembro deste ano, 894 ocorreram nos fins de semana. Além disso, 40,2% desses assassinatos foram no horário da noite (18h à 0h) - daí a importância de melhorar a iluminação pública nas ruas para tentar evitar alguns desses crimes.
Outro ponto que merece atenção é para a quantidade de pessoas jovens mortas em Pernambuco. Apesar de não ser novidade, é mais um reforço para a necessidade de políticas públicas para tirar os adolescentes e jovens da situação de vulnerabilidade, principalmente nas áreas periféricas.
Das 2.1719 pessoas mortas no Estado, 1.349 tinham entre 18 e 30 anos. Esse número representa metade de todas as vítimas.
O governo conta com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, Criança, Juventude e Prevenção à Violência e às Drogas. Após quase 11 meses, porém, a pasta não anunciou uma ação para esse público.
O estudo também demonstra o perigo da circulação das armas de fogo. Em 81% dos crimes contra a vida registrados em Pernambuco, entre janeiro e setembro deste ano, os assassinos fizeram uso de armas de fogo.
As armas brancas (facas ou facões, por exemplo) foram usadas em 12% das mortes violentas. E 7% das vítimas foram assassinadas com outros objetos.
Em junho deste ano, a Secretaria de Defesa Social (SDS) criou um grupo de trabalho para definir estratégias de controle das armas que circulam no Estado (nas mãos de civis), com metas a médio e curto prazo.