Um novo depoimento na delação do tenente-coronel Mauro Cid para Polícia Federal foi revelada pela coluna de Aguirre Talento, no Uol. O jornalista teve acesso a informações que indicam que Cid afirmou que Jair Bolsonaro (PL) tinha planos de esconder alvos da PF dentro do Palácio do Alvorada, sede oficial do presidente da República.
As informações apresentadas por Aguirre Talento indicam que Cid afirmou em seu depoimento que Bolsonaro desejava esconder no Palácio do Alvorada investigados por ataques às instituições democráticas. O objetivo era garantir que esses alvos da PF não fossem presos pelas autoridades.
Entre os nomes citados por Cid que estavam nos planos de Bolsonaro estava o influenciador de direita Oswaldo Eustáquio, que fugiu para o Paraguai.
Segundo o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o ex-presidente determinou que Eustáquio, que é alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), ficasse escondido no Alvorada para não ser preso. Circulou nas redes sociais um vídeo do dia 12 de dezembro, em que mostra que o influencer foi até o Alvorada, mas Eustáquio negou a possibilidade de que se refugiaria na residência oficial do presidente.
De acordo com o depoimento de Cid, foi o próprio ex-ajudante de ordens que desaconselhou Jair Bolsonaro de abrigar investigados dentro do Palácio do Alvorada. Bolsonaro acabou por seguir esse direcionamento, mas ainda autorizou um carro oficial a transportar Eustáquio para qualquer lugar, de modo que seu paradeiro não fosse rastreado pelos policiais.
Também foi relatado que Bolsonaro pensou em tomar a mesma iniciativa com relação ao youtuber Bismark Fugazza. Bismark também fugiu para o Paraguai, mas enquanto Eustáquio conseguiu com um pedido de refúgio, o youtuber acabou preso, mas foi solto em junho deste ano, após autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF
É afirmado que Cid indicou um caminho de conexão entre Bolsonaro, militantes radicais que instigavam por uma quebra das instituições democráticas do país e o Gabinete do Ódio, grupo de assessores do Palácio do Planalto que exercia ataques contra instituições e autoridades públicas nas redes sociais.
Essas afirmações vinculadas com a delação de Cid foram confirmadas para coluna do Uol por três fontes vinculadas com o depoimento.