O prefeito do município de Água Preta, Noé Magalhães (PSB), foi preso na manhã desta terça-feira (5) na segunda fase da Operação Dilúvio, da Polícia Federal, que investiga uma organização criminosa atuante na Mata Sul do estado.
Segundo a PF, o grupo é especializado na prática de crimes de corrupção, desvio de recursos públicos, fraudes em licitações, lavagem de dinheiro, agiotagem, entre outros.
Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva na Região Metropolitana do Recife e em Palmares, na Mata Sul. São investigados agentes públicos, servidores e empresários.
O prefeito Noé Magalhães era alvo de investigação desde a primeira fase da operação, no mês de maio, e foi preso em um apartamento em Boa Viagem, no Recife.
A operação desta terça-feira conta com ação de 40 policiais federais, servidores da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União.
Somadas, as penas máximas estimadas para os crimes investigados na operação podem ultrapassar 40 anos de reclusão.
A assessoria de comunicação do prefeito Noé Magalhães informou ao blog de Jamildo que não tinha informações para passar a respeito do assunto até o momento do contato.
O prefeito Noé Magalhães também foi alvo da primeira fase da operação Dilúvio, deflagrada no mês de maio. Na ocasião, foram feitas buscas na sede da prefeitura de Água Preta, nas casas dele em Água Preta e no Recife, em um escritório dele em Palmares e em um posto de combustível.
A investigação apontou que o prefeito teria contratado emergencialmente uma empresa para prestar serviço de manutenção preventiva dos veículos da frota da prefeitura.
Chamou a atenção o fato de a companhia ter sede a mais de 110 km de Água Preta, mesmo com outras empresas prestando o mesmo tipo de serviço na região.
A polícia apurou que há indícios de relações pessoais estreitas entre o prefeito e o proprietário dessa empresa. Os contratos apresentariam indícios de fraude no processo de licitação, com possível superfaturamento.
Além disso, durante a execução do contrato, o fornecedor teria custeado despesas de passagens aéreas para o prefeito e sua esposa, Dani Lyra — que é Secretaria de Desenvolvimento Social na cidade de Água Preta —, o que incorreria em crime de corrupção.