Uma operação da Polícia Federal realiza buscas na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã desta quarta-feira (3). O ex-ajudante e funcionário próximo de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, foi preso.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes dentro do inquérito das milícias digitais, que tramita no STF.
Ao todo, os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro. Não há mandado de prisão contra Bolsonaro, mas ele deve prestar depoimento à Polícia Federal ainda hoje.
A operação investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. A inclusão teria ocorrido entre novembro de 2021 e dezembro do ano passado.
Segundo os investigadores, o objetivo da fraude era conseguir emitir certificado de vacinação e usá-los para burlar restrições sanitárias em viagens internacionais.
Segundo a TV Globo, as informações falsas foram adicionadas nos cadastros das seguintes pessoas junto ao Ministério da Saúde:
"Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid", diz a Polícia Federal.
A corporação também afirmou que o objetivo do grupo era "manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas" e "sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19".
Até as 7h da manhã de hoje, todas as prisões já haviam sido cumpridas. Por volta das 7h20 de hoje, segundo a TV Globo, policiais seguiam no condomínio em que Bolsonaro está morando em Brasília desde que retornou ao Brasil, em março.
Segundo a PF, as condutas investigadas podem configurar, em tese, crimes como infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.