A “sugestão” do conselho de administração para a diretoria petista da Petrobras confiscar ou “reter” quase 50 centavos por ação de dividendos a serem pagos aos acionistas pode render nova ação judicial nos Estados Unidos. A Petrobras já teve que pagar US$ 900 milhões (R$4,5 bilhões) para encerrar processo em razão dos prejuízos aos investidores na Bolsa de Nova York, causados pela corrupção revelada pela Lava Jato. Agora, a “retenção” deve gerar novos processos judiciais.
Com ações na Bolsa de Nova York, a Petrobras está sujeita à legislação norte-americana. Foi o que determinou a primeira indenização bilionária.
A Petrobras anunciou que irá pagar gordos dividendos de R$35,8 bilhões e cada ação corresponderá a R$2,74, em duas parcelas de R$1,34.
R$ 7 bilhões no saco
O confisco da Petrobras sobre o dividendo dos acionistas representa cerca de 20% do valor calculado: a tunga será de mais de R$ 7 bilhões.
Motivo importa
Segundo a estatal, o confisco dos valores servia a uma certa “reserva”, mas representa intervenção política nas diretrizes da companhia.
Padilha quer intermediar trégua entre Lira e Pacheco
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, apresenta-se agora como “mediador” designado pelo petista Lula da disputa entre os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, para definir o funcionamento das comissões mistas que examinarão medidas provisórias. Enciumado com protagonismo de Lira, Pacheco quer definir a solução, mas nada anda sem a concordância de Lira. O problema é que o “mediador” tem lado: ele e Pacheco são parceiros nessa jogada.
Líder não liderou
Espécie de emissário do Planalto, o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), falhou na missão de pacificar a disputa no Congresso.
Desconfianças
Assim como os deputados não confiam em Padilha, os senadores não deram a menor confiança a Guimarães, que acabou dispensado.
MPs correm risco
Lula captou que, sem acordo, duas promessas podem morrer: o reajuste do salário-mínimo e a isenção do imposto de renda para dois salários.
Saneamento
Projeto de Fernando Monteiro (PP-PE), aliado de primeira do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), suspende os efeitos do decreto de Lula que desmonta o Marco do Saneamento. Tem tudo para ser aprovado.
Única realização
A grande novidade do governo nos 100 dias iniciais é o vice Geraldo Alckmin (PSB): após décadas na política e duas tentativas frustradas de ocupar o Palácio do Planalto, virou presidente duas vezes.
Voo da alegria
O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), largou seu Estado submerso, com cidades sob decreto de calamidade pública, para não perder a boquinha voadora da viagem com Lula à China por nossa conta.
Não está nem aí
Governadora desconectada das aflições do seu povo, Fátima Bezerra (PT) deixou para trás a guerra da polícia potiguar contra bandidos que atacam o Estado para não ficar de fora do passeio oficial à China.
Pacto com o diabo
Não foi de graça o elogio de Lula a Fernando Haddad (Fazenda), antes de embarcar para a China. Ele foi instado a apoiar o ministro após Lindbergh Farias (PT-RJ) se apropriar do discurso da oposição e comparar a nova regra fiscal ao “pacto com o diabo”.
Haja paciência
A ida do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao Senado tem data marcada: 25 de abril. Vai participar da Comissão de Assuntos Econômicos. Na pauta, a taxa de juros, claro.
Problema?
O PCO “furou” o governo Lula, que apoia, para anunciar a inauguração de uma rota marítima direta de contêineres entre o Brasil e o Irã, “país mais sancionado do mundo”, diz o partido. Inclusive pelos EUA.
O pessimismo voltou
A indústria crescerá apenas 0,1% em 2023, prevê o Informe Conjuntural da CNI, após alta de 1,6% em 2022. E o crescimento do PIB será quase 60% menor no primeiro ano de Lula que no último ano de Bolsonaro.
Pensando bem...
...se Lula não resolve nem a briga Lira x Pacheco, coitados de russos e ucranianos.