Um homem de 66 anos, que convive com o HIV desde a década de 1980, foi declarado curado pelos seus médicos. Este é o quarto caso registrado no mundo.
O paciente, que pediu para não ser identificado, recebeu um transplante de medula óssea como forma de tratamento para uma leucemia. O doador, por sua vez, era resistente ao vírus. As informações são da BBC Brasil.
Conhecido como Paciente City of Hope (ou "Cidade da Esperança", em português) — como homenagem ao hospital em que recebeu o tratamento na cidade de Duarte, na Califórnia, Estados Unidos — o homem diz estar "mais que grato" por ser considerado curado da infecção pelo vírus.
Aos 66 anos, o paciente recebeu um transplante de medula óssea como parte de um tratamento para uma leucemia que desenvolvera 3 anos antes.
A recomendação para realizar o tratamento veio dos médicos, que apontaram para a necessidade do transplante a fim de substituir a medula óssea doente por células normais.
Acontece que o doador da medula era naturalmente resistente ao HIV, o que teria levado ao desaparecimento do vírus do corpo do homem.
"Quando fui diagnosticado com HIV em 1988, como muitos outros, pensei que era uma sentença de morte. Nunca pensei que viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV", disse o homem em comunicado.
Nunca pensei que viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV.
O primeiro caso de cura do HIV foi registrado em 2011, quando Timothy Ray Brown (conhecido também como Paciente de Berlim), se tornou a primeira pessoa curada de HIV no mundo. Somente dois casos parecidos foram registrados além destes dois.
Contudo, não é esperado que os transplantes de medula óssea se tornem opções viáveis para o tratamento do HIV, que atinge 38 milhões de pessoas no mundo atualmente.
"É um procedimento complexo com efeitos colaterais significativos. Portanto, não é realmente uma opção adequada para a maioria das pessoas que vivem com HIV", explicou Jana Dickter, infectologista do hospital City of Hope.
Apesar de estarem associados, não necessariamente uma infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) leva à síndrome da imunodeficiência adquirida, a chamada aids.
No início da pandemia de HIV/aids, sem o conhecimento que temos hoje sobre a doença, o diagnóstico positivo para uma infecção era a certeza de que evoluiria para algo mais grave.
Hoje, com o tratamento adequado, é possível conviver com o HIV sem desenvolver a aids, inclusive sem que o vírus seja detectado em exames.