O depoimento de Daniele Lima dos Santos dá um novo tom ao caso de Marcelo Arruda, petista assassinado neste mês em Foz do Iguaçu. A fala da vigilante vai de encontro à decisão da delegada, que descartou crime de ódio por motivação política, se baseando no relato da esposa do atirador.
De acordo com a vigilante, José da Rocha Guaranho entrou no local gritando "aqui é Bolsonaro". Marcelo celebrava sua festa de aniversário, com temática do PT. Ele foi candidato a vice-prefeito pelo partido, nas eleições de 2020.
O depoimento consta no inquérito, mas não foi citado na conclusão pela Polícia Civil do Paraná. Guaranho foi indiciado homicídio qualificado por motivo torpe e por causar perigo a outras pessoas. A delegada Camila Cecconello descartou crime de ódio.
Daniele diz que fazia ronda na rua do local do crime. Guaranho teria dito "aqui é Bolsonaro" quando chegou pela primeira vez na festa e, também, quando retornou e começou os disparos.
"No que ele entrou com tudo na chácara, eu só ouvi nitidamente ele falando 'aqui é Bolsonaro, porra'. Aí, dentro de dois minutos, começou o tiroteio", disse a vigilante, que pediu apoio e ligou para a polícia.
"Não há nenhuma qualificadora específica para motivação política prevista em lei, portanto isto é inaplicável", diz a Polícia Civil, em nota enviada ao UOL.