Um médico ginecologista foi preso preventivamente na última quinta-feira (7) após pelo menos seis pacientes denunciarem terem sido abusadas sexualmente por ele.
O suspeito trabalhava em um posto de saúde do município de Hidrolândia, no interior do Ceará, e é investigado pelo crime de estupro. O nome do médico não foi divulgado.
Os casos começaram a surgir publicamente em maio, quando uma das vítimas relatou pelas redes sociais o que tinha ocorrido com ela. Segundo ela, o ginecologista realizou perguntas de cunho sexual e tentou abusá-la durante a consulta.
Inicialmente, a mulher havia procurado o ginecologista por conta de uma inflamação aguda nos seios após o parto. Ele recomendou um procedimento e fez perguntas para distraí-la da dor.
"Depois de um tempo, passou a fazer perguntas eróticas", disse a vítima no relato. "Como meu peito estava muito cheio, começou a vazar leite, aí ele perguntou se podia chupar meu peito".
No relato, a jovem, de 18 anos, revelou que o médico ainda tentou agarrá-la. "Não consegui gritar por ajuda, ou filmar, só fiquei tremendo e pedindo a Deus que me tirasse daquela situação. Cheguei em casa muito abalada, e ainda estou", narrou.
De acordo com a Polícia Civil do Ceará, três mulheres já haviam denunciado o médico. O número subiu para seis após mais três vítimas procurarem a Delegacia Municipal de Hidrolândia e denunciarem os abusos.
A corporação também disse que o caso, que estava a cargo da Delegacia Municipal de Santa Quitéria, "foi concluído e remetido à Justiça".
A prefeitura de Hidrolândia afastou o médico ginecologista, que prestava atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) Cosma Maurício da Silva.
O caso vem à tona no mesmo momento em que repercute a prisão do médico anestesista Giovanni Quintella após ser filmado estuprando uma paciente durante um parto cesáreo em um hospital de São João de Meriti, no Rio de Janeiro.
De acordo com a delegada responsável pelo caso, Bárbara Lomba, há mais três casos de pessoas que procuraram a delegacia. Uma delas, inclusive, era de outro hospital. "Contando com o que resultou no flagrante, são seis que investigamos", disse.