O ator Marco Pigossi surpreendeu muita gente no ano passado após assumir publicamente a homossexualidade.
Em entrevista ao jornal 'O Globo', nessa segunda-feira (11), o ator revelou o processo doloroso que passou durante a descoberta.
"Eu rezava, pedia a Deus para me consertar. A homofobia é tão enraizada que, por mais que a gente assuma, ainda vai lidar com o preconceito interno. Vesti a máscara heterossexual, sempre fui observado pela beleza. Fiz personagem hétero para me esconder, o que deixou minha vida mais confortável", desabafou.
Segundo o ator, a descoberta foi ainda na adolescência. Na escola, ele era recluso, não descia para ir ao recreio e chegou a dispensar uma viagem de formatura. O alívio, segundo ele, começou a vir por meio do teatro.
"Era um alívio deixar de ser eu. O que era uma fuga, mas carregada de carga cultural, do despertar como pessoa", afirmou.
Em tom crítico, o ator citou o presidente Jair Bolsonaro (PL), ao contar que seu pai é um apoiador do chefe do Executivo. Ele contou que o ideal político dificulta o relacionamento entre pai e filho.
"Com meu pai é sempre tenso, não há naturalidade. É distante do universo dele, que é eleitor do Bolsonaro. Não que ele ache que ser gay é falta de porrada, mas se vota num candidato desse… Existe um ideal político que distância a gente. Ele nunca vai me pegar pelo braço e se unir nessa causa. Diferentemente do amor incondicional da minha mãe", declarou.
ROMANCE
O ex-global está em um relacionamento com o cineasta italiano Marco Calvani.