O podcast 'A Mulher da Casa Abanadonada' se tornou um dos maiores sucessos das últimas semanas nas plataformas de streaming e desde sua estreia não sai do topo da lista de episódios mais ouvidos da semana do Spotify. Produzido pela Folha de São Paulo, o trabalho é fruto da investigação do jornalista Chico Felitti.
Memes, grupos para debate e até mesmo um 'ponto turístico' inusitado em São Paulo são resultado do hype em torno da história investigativa, que é publicada semanalmente em episódios que prendem atenção do ouvinte do começo ao fim.
A produção é um perfil de Margarida Bonetti, que ganha contornos inesperados quando o jornalista descobre que a moradora da 'casa abandonada' é uma foragida do FBI. Margarida, que se apresenta como "Mari", fugiu dos Estados Unidos no início do milênio por ser investigada, com seu ex-marido Renê Bonetti, de manter uma empregada doméstica em condições análogas à escravidão por mais de 20 anos.
Segundo Felitti, que dedicou seis meses de trabalho à investigação do caso, a história é "a mais louca" com a qual ele já cruzou. E quando o assunto são histórias inusitadas o jornalista tem um grande currículo nas mãos: foi ele quem escreveu o emocionante perfil do 'Fofão da Augusta', que viralizou alguns anos atrás, publicado no Buzzfeed.
Chico Felitti é jornalista e escritor, autor dos livros: 'Ricardo & Vânia', sobre o artista de rua conhecido pejorativamente como Fofão da Augusta, 'A Casa', livro-reportagem sobre a seita de João de Deus na cidade de Abadiânia, e 'Elke, Mulher Maravilha'.
Formado em Jornalismo e Ciências Sociais, Felitti é Mestre em Escrita Criativa da Universidade Columbia, em Nova York. Trabalhou por dez anos na Folha de São Paulo, no Buzzfeed Brasil e na Glamourana.
Na internet, é conhecido como a voz - e também o criador - dos podcasts narrativos 'Desconhecidos', 'Além do Meme' e 'Gente!'. Seu mais recente trabalho - 'A Mulher da Casa Abandonada' - mostra seu faro preciso para contar histórias.
Autodeclarado 'curioso', Chico revela que 'sua vida' sempre foi baseada em contar histórias.
"Vou catando história por onde quer que eu passe. Qualquer trabalho que eu faça é para dar vazão a essas histórias. Eu tenho uma lista, literalmente uma planilha de histórias que eu quero contar desde que eu sou adolescente, e eu só vou colocando mais coisas", conta, em entrevista ao site Cochico.