“Nós estávamos indo para casa quando os caras já vieram atirando em geral. Nós gritamos no beco: é morador! É morador! Eles largando tiro. Um morador parou no nosso lado e chamou para casa dele. Quando nós vimos, eles, os ‘cana’ largaram um tiro no peito dele e jogaram ele dentro do riacho. Sangue-frio. Nós gritando que é morador. Gritando, todo mundo gritando”, afirmou uma testemunha.
Os moradores afirmam que não havia operação ou troca de tiros no momento que Cauã foi baleado. Moradores da comunidade do Dourado chegaram a fazer uma manifestação pedindo por justiça, e um ônibus foi incendiado.
Segundo familiares, Cauã também trabalhava em um ferro-velho e tinha o sonho de se alistar nas Forças Armadas.
"Tiraram o sonho de meu irmão. Acabou com a minha família", afirmou Caroline, irmã de Cauã.
Segundo a plataforma de dados Fogo Cruzado, 16 adolescentes foram baleados este ano na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Cinco morreram.
O que diz a PM
A Polícia Militar afirmou que agentes do 16º Batalhão (Olaria) realizavam policiamento pela Rua Antônio João, nas imediações da comunidade da Tinta, quando foram atacados. Houve confronto e um suspeito foi atingido. Com o homem, que é foragido do sistema prisional, foram apreendidas drogas e R$ 39.
Mais tarde, os policiais seguiram até um valão próximo onde outros criminosos tinham pulado durante a fuga. Lá, eles apreenderam uma pistola e três carregadores. A PM afirma que os agentes souberam, mais tarde, que um homem atingido por bala de fogo no Hospital Getúlio Vargas, onde não resistiu aos ferimentos.
A Polícia Militar afirmou que um procedimento apuratório foi instaurado para apurar todas as circunstâncias da ação.
A Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga a morte de Cauã. Testemunhas serão ouvidas e diligências estão sendo realizadas para esclarecer os fatos.
fonte:g1