O Ministério da Saúde aprovou na sexta-feira (1º) a incorporação do primeiro medicamento para o tratamento da Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS).
O remédio baricitinibe será disponibilizado para tratamento de pacientes adultos hospitalizados que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal. O fármaco já conta com registro no Brasil para o tratamento de quadros moderados a graves de artrite reumatoide e dermatite atópica.
O processo inflamatório é considerado uma das causas do agravamento da Covid-19. Embora a inflamação seja um mecanismo natural do organismo, quando exacerbada, ela pode levar ao agravamento da doença.
O medicamento baricitinibe conta com a capacidade de regular o processo de inflamação do organismo. Isso acontece a partir de um mecanismo de inibição de enzimas chamadas Janus quinase que, entre várias funções biológicas, também atuam na ativação da inflamação nas células do sistema imunológico.
Em janeiro, o baricitinibe foi adicionado à lista de medicamentos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o tratamento da Covid-19. De acordo com a OMS, o fármaco pode ser utilizado em pacientes com quadros graves ou críticos em associação com outros recursos, como os corticoides.
A partir do controle da inflamação, é possível reverter o agravamento da doença e reduzir a necessidade de ventilação artificial. Segundo a OMS, a utilização do medicamento não levou ao aumento nos efeitos adversos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a indicação do baricitinibe no Brasil para o tratamento de pacientes internados com Covid-19 no dia 17 de setembro de 2021.
De acordo com a Anvisa, o uso é indicado para pacientes adultos hospitalizados que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal, ou que necessitam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva.
No dia 3 de dezembro, a Anvisa informou em nota sobre a inclusão de eventos adversos graves na bula do medicamento. A alteração acrescenta a advertência e precaução para a ocorrência de eventos cardiovasculares adversos maiores (MACE, na sigla em inglês) e a atualização sobre a ocorrência de tromboembolismo venoso e câncer, incluindo linfoma.
Segundo a Anvisa, os eventos adversos foram identificados a partir de estudo clínico e retrospectivo que avaliou pacientes em tratamento para artrite reumatoide. Acesse a bula.
fonte:CNN