Os servidores do Banco Central (BC) entram em greve por tempo indeterminado na manhã desta sexta-feira (1º). A categoria cruza os braços em um movimento de reivindicação por reajuste de salários.
No entanto, a paralisação pode afetar o Pix, o sistema de pagamentos instantâneos que virou febre entre os brasileiros, além de outras atividades da autoridade monetária.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), a greve poderá interromper parcialmente o sistema de pagamentos instantâneos e a distribuição de moedas e cédulas.
Além disso, segundo a entidade, a greve vai impedir a criação de novas chaves no Pix em todas as instituições financeiras do país, bem como suspender, parcial ou totalmente, a divulgação da pesquisa Focus e de diversas taxas financeiras.
A paralisação também pode afetar o monitoramento e a manutenção do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e da mesa de operações do Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab). O sindicato garante que a lei de serviços essenciais será respeitada pelos servidores.
A expectativa de adesão ao movimento é de 60% a 70% da categoria, prevê o sindicato. Sem reajuste nos últimos três anos, os servidores do BC pedem recomposição salarial de 26,3% e reestruturação de carreira de analistas e técnicos.
No BC, analistas recebem um salário bruto mensal aproximado de R$ 19 mil a R$ 27 mil, enquanto a remuneração de técnicos varia em torno de R$ 7.500 a R$ 12,5 mil.
Quanto à pauta não salarial, os funcionários pedem a mudança da nomenclatura de analista para auditor, por exemplo, e a exigência de nível superior para ingresso dos técnicos do BC.
O sistema de pagamento instantâneos é quase que totalmente automatizado. Portanto, não está claro o porquê da paralisação afetar o Pix, mas existem algumas suspeitas.
Assim como acontece nos bancos privados, o Banco Central mantém uma equipe que cuida da manutenção diária dos sistemas de pagamento. Caso ocorra um problema específico, esse grupo cuida para que a rede toda não saia do ar.
Além disso, a greve dos servidores será feita respeitando a lei de serviços essenciais, mas o Pix — bem como outras atividades do BC — não se encontram dentro do escopo dessa lei.
"Portanto, a greve poderá interromper parcialmente o Pix e a distribuição de moedas e cédulas”, lembra Fábio Faiad, presidente do Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central (Sinal).
Em nota, o BC disse ter planos de contingência para "manter o funcionamento dos sistemas críticos para a população, os mercados e as operações das instituições reguladas, tais como STR [Sistema de Transferência de Reservas], Pix, Selic, entre outros". No entanto, a autoridade monetária não detalhou o funcionamento das medidas.
"Mesmo tendo esquema de contingência, não dá para dizer que o Pix vai ter funcionamento pleno durante uma greve. O monitoramento do sistema vai ser precário, o atendimento aos usuários que usam Pix ficará prejudicado, entre outras coisas", disse Fábio Faiad, presidente do Sinal.
fonte: Rádio Jornal